Ciência

Cientistas Observam Evolução em Tempo Real de Duas Espécies de Lagartos e Revelam Descobertas Surpreendentes

2025-01-03

Autor: Ana

É comum que cientistas analisem a evolução de diversas espécies de animais ao longo do tempo para entender melhor seu desenvolvimento e adaptação. Um estudo notável envolveu um caracol, cuja evolução foi acompanhada por 30 anos. Além disso, há relatos de uma pesquisa de 15 anos focada em lagartixas no Brasil, que mostram mudanças nas populações isoladas após a construção de uma barragem, resultando em cabeças maiores em comparação com suas contrapartes continentais.

Outra interessante pesquisa envolve peixes que habitam zonas protegidas, que se tornaram menos móveis ao longo das gerações devido ao menor risco de serem capturados em comparação com aqueles que habitam regiões expostas. Exemplos adicionais incluem andorinhas que adaptaram suas asas para evitar atropelamentos e rãs que escurecem em Chernobyl como uma defesa contra a radiação.

Recentemente, um estudo publicado na Nature Communications revelou as investigações realizadas por pesquisadores do Georgia Tech, nos Estados Unidos, sobre duas espécies de lagartos no Fairchild Tropical Botanic Garden, na Flórida. Os cientistas observavam inicialmente os anolis marrons cubanos (Anolis sagrei) quando uma nova espécie, o anolis-de-crista porto-riquenho (Anolis cristatellus), apareceu na área de estudo.

Embora ambas as espécies compartilhem semelhanças, elas evoluíram separadamente por cerca de 40 milhões de anos e habitam diferentes ilhas do Caribe, mas ocupam nichos ecológicos semelhantes. Essa interação ofereceu uma oportunidade única para os pesquisadores. James Stroud, principal autor do estudo, afirmou: "Quando duas espécies semelhantes competem pelos mesmos recursos, elas geralmente desenvolvem características que permitem coexistir".

Nos anos subsequentes, a equipe registrou mudanças físicas e comportamentais em ambas as espécies, conforme elas aprendiam a coexistir. Os anolis-de-crista passaram a ficar mais tempo nas árvores, empoleirando-se em alturas superiores em comparação aos anolis marrons, que se adaptaram para passar mais tempo no solo.

Notavelmente, os anolis marrons desenvolveram características físicas que os ajudaram na vida terrestre, como pernas mais longas, aumentando sua velocidade e chances de sobrevivência. Stroud explicou que aqueles com pernas mais longas apresentaram maior sobrevivência após a chegada dos anolis-de-crista. Essa descoberta se alinha com as diferenças físicas observadas em outras populações que convivem juntas há gerações.

Esse estudo não só enriquece o entendimento dos processos evolutivos, mas também pode fornecer insights sobre as pressões que as atividades humanas impõem sobre a evolução animal. Afinal, compreender como as espécies reagem e se adaptam a novas condições é crucial para a preservação da biodiversidade em um mundo em constante mudança.