São Paulo – Vinícius Gritzbach, o controverso delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) que foi assassinado a tiros no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro, teria revelado a policiais civis a localização de 15 'casas-cofre' usadas pela facção para guardar milhões de reais em espécie.

Informações indicam que os agentes, agindo sem mandado, invadiram esses esconderijos, resultando em uma perda estimada de R$ 90 milhões para os membros do PCC. Os policiais mencionados são Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, e Valmir Pinheiro, apelidado de Bolsonaro. A ligação deles foi feita por um indivíduo do PCC identificado como Tacitus, por meio de mensagens enviadas ao próprio Gritzbach e a delegados.

"O Vinícius passou informações das 'casas-cofre' para o Xixo e o Pinheiro. Esses policiais invadiram as residências sem mandado judicial, roubando milhões de reais", denuncia um membro do PCC.

Tacitus também enviou um e-mail a uma delegada em que sugere métodos para coletar evidências do envolvimento ilícito dos policiais, deixando claro que a justiça não pode ficar impune diante desses atos.

Em uma das mensagens enviadas a Gritzbach, Tacitus se refere a Xixo e Pinheiro com termos pejorativos e expressa a intenção de vingança contra eles, levantando suspeitas sobre a possível corrupção e conivência entre os policiais e os criminosos. A situação revela um cenário alarmante sobre a conexão entre forças de segurança e organizações criminosas.

Histórico de Crime

É importante notar que Valdenir e Valmir foram presos em setembro do ano passado pela Polícia Federal (PF), sob acusação de receberem R$ 800 mil de um narcotraficante em troca de proteção contra investigações sobre a exportação de cocaína para a Europa, um esquema que expõe ainda mais a corrupção dentro das instituições de segurança.

A PF atualmente investiga a identidade de Tacitus, que, curiosamente, deu nome à operação deflagrada no último dia 17 de dezembro, resultando na prisão de cinco policiais civis e três membros do PCC. Esta operação destaca um possível avanço nas investigações e uma esperança de que a justiça prevaleça.

Entre os presos estavam investigadores notórios e um delegado que estava à frente de uma importante divisão de homicídios, ressaltando a gravidade da situação. Estas revelações escandalosas levantam questões sobre a integridade das forças de segurança e a confiança da população no sistema judiciário.

Conflitos e Traições

Gritzbach, agora implicado em homicídio, se revela como um personagem central nesta rede de corrupção e traição, onde a linha entre o crime organizado e a lei se torna cada vez mais turva.