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Chefe do Exército de Israel renuncia após críticas sobre falhas no ataque do Hamas

2025-01-22

Autor: Ana

Em uma reviravolta impactante nas Forças Armadas de Israel, o general Herzi Halevi anunciou sua renúncia para o início de março de 2024, citando a falha em proteger a população israelense durante os devastadores ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. Esse ataque resultou em uma tragédia com mais de 1.200 mortos em Israel e cerca de 250 sequestrados, o que gerou uma pressão crescente sobre os líderes militares e políticos do país.

Halevi, em uma carta ao ministro da Defesa Israel Katz, expressou seu profundo pesar: "Minha responsabilidade pelo terrível fracasso me acompanha todos os dias, toda hora, e assim será pelo resto da minha vida". Seu anúncio vem em um momento de forte instabilidade em Israel, onde o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu se recusa a aceitar responsabilidade total pela falta de prevenção ao ataque do Hamas, afirmando que responderá a "perguntas difíceis" somente após o término do conflito.

A renúncia de Halevi ocorre em meio a uma trégua de 42 dias entre Israel e o Hamas, que é um marco na busca por paz e pela troca de reféns. No último domingo, o Hamas libertou três mulheres em uma troca por 90 prisioneiros palestinos, destacando a fragilidade do actual momento político e humanitário.

Halevi considerou o atual momento favorável para sua saída, já que os reféns estão retornando para casa. Ele destacou que o Exército israelense alcançou várias vitórias, que supostamente permitiriam sua saída com a dissuasão restaurada, mas ele também reconheceu que os objetivos de destruir o Hamas e garantir a libertação de todos os reféns ainda estão longe de serem alcançados.

A dinâmica de poder parece estar mudando, com o general Halevi, que foi nomeado por líderes centristas, se afastando do cenário político. Os aliados mais conservadores de Netanyahu estão ansiosos para designar um novo comandante que se alinhe com suas visões mais agressivas. Isto, combinado com críticas de membros do governo a Halevi por não ter adotado uma abordagem mais militante em Gaza, aumenta as tensões internas.

Além de suas responsabilidades em Gaza, Halevi supervisionou operações em outras regiões, incluindo o Líbano, a Síria e até ataques no Irã, acumulando uma experiência militar robusta. Ele afirmou que o Exército realizará uma série de inquéritos internos sobre os eventos de outubro, mas sugeriu a necessidade de uma investigação independente, uma proposta que Netanyahu desaprova.

Recentemente, apenas um dia depois da trégua em Gaza, Israel lançou uma operação militar significativa em Jenin, na Cisjordânia, enquanto a tensão continua alta no país. O governo justifica essa ação como parte de seus esforços para erradicar o terrorismo, indicando que a situação em Israel e Palestina permanece delicada e complexa.