Chefe do Centro Criador do Exoesqueleto Afirma: 'A IA Não Substitui a Complexidade do Cérebro Humano'
2024-12-24
Autor: João
O Brasil é um celeiro de inovações científicas e tecnológicas que podem transformar o mundo, e é fundamental ficar atento a essas mudanças. O Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS) tem se destacado nessa área com projetos que vão além da simples tecnologia.
Edgard Morya, coordenador de pesquisas do ISD, fez declarações impactantes sobre o futuro da tecnologia e da saúde no Brasil. Embora a expectativa seja de que a Saúde 5.0, que integra Internet das Coisas Médicas e Inteligência Artificial, esteja a caminho, Morya alerta que o país ainda está atrás de outras nações desenvolvidas.
"Precisamos investir nos cérebros humanos. Não basta ter processadores mais rápidos se não acompanhamos o desenvolvimento das habilidades intelectuais," diz Morya. Ele enfatiza a importância de um projeto nacional que reforce a educação desde a infância até a universidade, promovendo a formação de novos profissionais capazes de gerar inovações.
O estudo sobre a interação entre Inteligência Artificial e cérebro humano revela que, apesar do avanço das máquinas, a complexidade e capacidade de resolução de problemas do cérebro humano são insubstituíveis. Morya observa que a resolução de problemas atuais é um passo necessário para enfrentar os desafios do futuro.
As doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, estão crescendo à medida que a população envelhece, e a necessidade de soluções proativas é urgente. Morya sugere que dispositivos com tecnologias de monitoramento poderiam detectar alterações na saúde antes que se tornem críticas. "Imagine um relógio que não apenas registre a frequência cardíaca, mas que também avise sobre riscos futuros, permitindo uma intervenção precoce!"
Além disso, o uso de neuromodulação para pacientes com Parkinson é um dos exemplos positivos do impacto da pesquisa em neurociências. O tratamento com eletrodos implantados já proporciona autonomia para muitos pacientes em estágios avançados, mostrando que a tecnologia pode melhorar significativamente a qualidade de vida.
No entanto, o Brasil ainda precisa avançar na aplicação de tecnologias como a nanotecnologia, que tem potencial para revolucionar o tratamento e a reabilitação. Segundo Morya, a necessidade é de desenvolver soluções menos invasivas e mais eficazes para tratamento e reabilitação, e isso deve ser priorizado.
O exoesqueleto desenvolvido por Miguel Nicolelis é um marco nas pesquisas brasileiras e simboliza como a interface cérebro-máquina pode impactar vidas. Iniciado em 1999 e com um novo centro de pesquisa de 15 mil metros quadrados previsto para 2024, os esforços nesse campo estão a todo vapor e demonstram um compromisso com o avanço da ciência.
Morya conclui ressaltando a importância de transformar a pesquisa científica em algo acessível para todos, desde crianças até profissionais de saúde. O Brasil deve mudar a perspectiva sobre a pesquisa para não apenas produzir conhecimento, mas também aplicá-lo de maneira eficaz em prol da sociedade.