O edema macular diabético (EMD) é uma evolução da retinopatia diabética, uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Ocorre quando altos níveis de açúcar no sangue danificam os vasos sanguíneos nos olhos, causando vazamentos de fluidos na mácula, a parte da retina responsável pela visão central. Essa condição pode resultar em perda de visão significativa e até mesmo em cegueira. Atualmente, estima-se que cerca de 146 milhões de pessoas estejam vivendo com retinopatia diabética e aproximadamente 27 milhões sofram de EMD.

Um estudo realizado pelo Ipec, sob a solicitação da farmacêutica Bayer, revelou dados alarmantes sobre a falta de conhecimento da população brasileira em relação às doenças oculares, como retinopatia diabética e diabetes. Os resultados da pesquisa apresentaram achados preocupantes: - 67% dos pacientes entrevistados nunca ouviram falar da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) - 8% acreditam que a idade avançada é a principal causa de cegueira - Apesar de 60% reconhecerem que o diabetes descontrolado é um fator de risco, 78% desconhecem a retinopatia diabética, que causa EMD - 75% dos diabéticos entrevistados conectam a falta de controle do diabetes à possibilidade de cegueira

Dr. Tereza Kanadani, uma oftalmologista renomada, enfatiza que muitos pacientes chegam ao consultório sem entender a gravidade da relação entre diabetes e problemas oculares: "Eles chegam questionando se é a idade que está afetando a visão e ignoram que o diabetes pode ser o verdadeiro culpado. Essa falta de informação é alarmante."

Entre os diabéticos entrevistados, 46% nunca ouviram falar sobre retinopatia diabética, o que é um indicativo preocupante. A médica alerta que a ignorância sobre a condição e a minimização dos sintomas iniciais podem resultar em diagnósticos tardios, aumentando as chances de intervenções complicadas e o risco de perda de visão.

Tratamentos Disponíveis

Atualmente, existem diversos tratamentos para condições de retina, como DMRI e EMD. Estes incluem: - Aplicações de laser intraocular - Implantes de corticoides de liberação lenta - Medicamentos da classe anti-VEGF, considerados o padrão-ouro, que envolvem injeções intraoculares a intervalos que podem variar de mensais a semestrais

Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que tratamentos menos frequentes podem aumentar a adesão dos pacientes. No Brasil, mais de 40% dos entrevistados se sentiriam mais motivados a manter o tratamento se as aplicações ocorressem em intervalos maiores, com esse número subindo para 50% entre diabéticos.

A Necessidade de Informar

A complexidade das comorbidades associadas ao diabetes torna fundamental uma abordagem multidisciplinar. Pacientes diabéticos não só precisam do cuidado de endocrinologistas, mas também de nutricionistas, oftalmologistas e muitos outros especialistas. Essa sobrecarga de consultas pode ser desgastante, e a redução de visitas mensais para tratamentos oculares é crucial.

Segundo Tereza Kanadani, 65% dos oftalmologistas acreditam que melhoras visuais levam os pacientes a abandonarem o tratamento, mesmo sabendo que a maioria (97%) valoriza a terapia. Os obstáculos incluem: - Distância de casa/deslocamento: 32% - Medo do tratamento: 24% - Efeitos colaterais: 14% - Dor/incômodo: 12%.

Avanços Recentes em Tratamento

Uma grande novidade no Brasil é a aprovação da versão de 8 mg do medicamento aflibercepte pela Anvisa, que aumenta os intervalos de aplicação para até 16 ou até 20 semanas, promovendo mais conforto para os pacientes. Essa nova opção, já disponível e com cobertura por planos de saúde, representa um avanço importante na luta contra condições oculares associadas ao diabetes.

Além disso, no Congresso Euretina, foram discutidas novas possibilidades de tratamento, incluindo terapias genéticas e técnicas inovadoras de edição genética como o CRISPR, que podem oferecer esperança para milhões de brasileiros com doenças oculares.

É crucial que a educação sobre saúde ocular se torne uma prioridade, especialmente para aqueles com diabetes. Afinal, a cegueira pode ser prevenível se houver conscientização e tratamento adequado. Não se deixe enganar pela ignorância; informe-se e cuide da sua visão!