Saúde

Casos de Influenza B Disparam no Brasil: Saiba Como se Proteger e Identificar os Sintomas

2024-10-31

Autor: Julia

Desde agosto, o Brasil tem enfrentado um aumento surpreendente nos casos de Influenza B, um vírus que causa a gripe. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no final de julho, a Influenza B respondia por uma fração mínima dos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Mas, em um boletim recente de 25 de outubro, esse número saltou para 12% dos casos e 13% das mortes. A Influenza B ocupa agora a segunda posição em número de óbitos por SRAG, ficando atrás apenas do coronavírus.

Nos últimos dois meses, a elevação dos casos tem sido constante. Somente em agosto, a taxa de infecções e mortes quase dobrou, subindo de cerca de 2% para 5% e 4%, respectivamente. No início de outubro, o monitoramento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) revelou um crescimento das detecções de Influenza B, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.

Uma notícia animadora é que laboratórios particulares tiveram uma leve queda nas taxas de positivação. De acordo com o ITpS, a taxa de positivos nos testes aumentou de 3,13% em agosto para impressionantes 21,55% no final de setembro, mas caiu para cerca de 18% em meados de outubro.

A Influenza B é hoje um dos principais vírus respiratórios circulantes, ao lado do rinovírus. A Covid-19 representa 8,03% dos resultados positivos, enquanto a Influenza A representa 4,5% e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) apenas 0,9%.

O aumento inesperado de casos nesta época do ano é preocupante, visto que as epidemias de gripe tradicionalmente ocorrem no outono e inverno. A infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que "o clima tem impacto significativo, pois tivemos menos períodos de frio este ano."

A transmissão do vírus ocorre por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar, além do contato com superfícies contaminadas. O aumento das aglomerações em ambientes fechados durante o frio favorece a disseminação do vírus. O que muitos não sabem é que em dezembro de 2021, houve uma elevação inusitada dos casos de gripe e VSR durante o verão.

Outro fator relevante que tem contribuído para o aumento dos casos é a baixa adesão à vacinação. Até o dia 25 de outubro, apenas 52% do público-alvo, que inclui crianças, gestantes, puérperas e idosos, havia sido vacinado. A médica ressalta que “os anticorpos gerados pela vacina duram de seis a doze meses, portanto, a vacinação anual é crucial.”

A vacina contra a gripe está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada, e protege contra os tipos A e B do vírus. O Ministério da Saúde faz um apelo à população sobre a importância da vacinação para reduzir o número de internações e mortes relacionadas à gripe.

Os sintomas da gripe causada pela Influenza B incluem febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, dores musculares, tosse, coriza e fadiga. Em alguns casos, pode haver até vômito e diarreia. Embora a maioria das pessoas se recupere em cerca de duas semanas, é possível que algumas desenvolvam complicações, como pneumonia.

É fundamental prestar atenção a sinais de alerta, como falta de ar ou desconforto respiratório, pois estes podem indicar uma progressão para a SRAG. Para quem apresenta sintomas, o repouso e a hidratação são essenciais. Medicamentos sem prescrição, como antitérmicos, podem ser utilizados, conforme orientação médica. Além disso, o uso de máscara é altamente recomendado para evitar a propagação do vírus.