Carro sem motorista: a tecnologia que avança nos EUA e enfrenta desafios no Brasil
2024-12-27
Autor: Matheus
No cenário atual da tecnologia automotiva, os veículos autônomos estão se tornando cada vez mais comuns em algumas partes dos Estados Unidos, enquanto no Brasil, a realidade ainda é bem diferente. Um exemplo marcante é a experiência de um estacionamento autônomo implementada pela Mercedes-Benz e Bosch no aeroporto de Stuttgart em 2022, permitindo que os motoristas entreguem seus veículos para serem estacionados sem assistência humana.
Nos Estados Unidos, a evolução dos carros autônomos é notável. A Waymo, uma empresa da Alphabet (mãe do Google), se destacou com seus serviços de transporte sem motorista. Esses veículos operam como um Uber convencional, mas com a diferença crucial de que não há ninguém ao volante. A Waymo já ganhou autorização para operar em áreas como São Francisco e Phoenix, e, mais recentemente, expandiu seus serviços para regiões de Los Angeles, incluindo Santa Mônica e Beverly Hills, com planos de chegar a cidades como Austin e Atlanta até 2025.
Identificar os veículos da Waymo é fácil, já que eles são todos Jaguar I-Pace, brancos e equipados com tecnologia de ponta, incluindo radares e câmeras 360, além do sistema Lidar instalado no teto.
Para acessar o serviço, é necessário baixar o aplicativo Waymo One, que, infelizmente, ainda não está disponível no Brasil. No entanto, uma boa notícia para os usuários da Uber em Phoenix: desde 2023, é possível solicitar um veículo da Waymo através do aplicativo Uber, e essa parceria deve se expandir para novas localidades em breve.
Em contraste, no Brasil, os sistemas de automação são muito mais limitados. Os carros semiautônomos disponíveis exigem que o motorista mantenha as mãos no volante e, caso não o faça, o sistema emite um alerta imediato. Alguns modelos, como da Ford e Volvo, têm sistemas que reduzem a velocidade até o veículo parar completamente se o motorista não reagir.
Nos Estados Unidos, a Tesla tem se destacado com seu recurso Auto Pilot, permitindo que motoristas dirijam sem as mãos no volante. Apesar de já ter enfrentado problemas de regulação, este recurso foi liberado para uso mais amplo. Montadoras tradicionais, como Chevrolet e a Stellantis, que inclui marcas como Jeep e RAM, também estão introduzindo tecnologia similar, permitindo que motoristas dirijam sem intervenções frequentes.
Experimentei essa tecnologia recentemente na RAM 1500, modelo topo de linha, que conta com um sistema chamado Hands-Free. Durante uma viagem de Los Angeles a Las Vegas, pude dirigir por cerca de 400 km com muito conforto e segurança, agindo como co-piloto quando necessário. A mudança de faixa, por exemplo, pode ser realizada com um simples toque na seta. No entanto, a responsabilidade de dirigir ainda recai sobre o motorista, que deve permanecer atento ao tráfego.
Alertas sonoros e vibrações no banco são acionados se o motorista se distrair demais, e o sistema é interrompido em situações de falta de atenção. Além disso, o Hands-Free da Stellantis só opera em estradas previamente mapeadas pela TomTom, que cobre cerca de 200 mil km nos Estados Unidos.
Enquanto isso, no Brasil, as montadoras ainda lutam para regulamentar e disponibilizar esses avanços na tecnologia de veículos autônomos. Por enquanto, a estrada para um futuro totalmente automatizado parece longa, mas é uma jornada que muitos estão ansiosos para percorrer.