Candidatos da Esquerda e Direita Empatam na Corrida pela Presidência do Uruguai
2024-11-13
Autor: Ana
À medida que o segundo turno das eleições no Uruguai se aproxima, o clima de incerteza toma conta do cenário político. Pesquisas recentes indicam um empate técnico entre Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda Frente Ampla, e Álvaro Delgado, o candidato governista do Partido Nacional. Os dados são da renomada consultoria Opciòn e refletem o primeiro levantamento feito após o primeiro turno, realizado em 27 de outubro.
A pesquisa, que entrevistou 1.150 pessoas entre os dias 4 e 9 de novembro, revelou que Orsi tem 48,5% das intenções de voto, enquanto Delgado aparece com 45,1%. Com uma margem de erro de 2,3 pontos porcentuais, os dois candidatos estão tecnicamente empatados. O segundo turno acontece no próximo dia 24 e promete ser um dos mais acirrados da história recente do país.
Yamandú Orsi, ex-governador de Canelones e pupilo do carismático ex-presidente José “Pepe” Mujica, tem sido frequentemente visto à frente nas pesquisas, mas a diferença tem diminuído. Nas últimas rodadas de sondagens, a disputa se mostra cada vez mais equilibrada. Isso se traduz em um desafio para o candidato do Partido Nacional, que precisa não apenas fidelizar seus apoiadores, mas também conquistar votos de partidos aliados, como o Colorado e o Independente.
Uma fração dos eleitores da Coalizão Republicana, que tradicionalmente apoia o Partido Nacional, revelou que está disposta a votar na Frente Ampla. A pesquisa aponta que aproximadamente 12% desses eleitores têm intenção de apoiar Orsi, embora 82% ainda prefiram Delgado.
Durante o primeiro turno, Orsi acumulou 43,94% dos votos, enquanto Delgado obteve 26,77%. O candidato governista, em um grandioso ato em Montevidéu, conseguiu o apoio de outros líderes políticos e agora busca solidificar sua base antes do segundo turno.
Se a esquerda prevalecer nesta nova eleição, a posse presidencial marcada para março marcará o retorno da Frente Ampla depois de cinco anos de governo do Partido Nacional, liderado por Luis Lacalle Pou, que teve um índice de aprovação de 50% entre a população. A Frente Ampla, que governou o Uruguai por 15 anos desde 2005, enfrentou um desafio significativo para recuperar seu espaço, especialmente em um cenário político em que o conservadorismo tem se fortalecido.
No entanto, a situação no Congresso continua incerta, já que os candidatos esperavam um reagrupamento que pudesse facilitar a governabilidade. A disputa acirrada entre os candidatos revelará o verdadeiro pulso da política uruguaia, e muitos se perguntam: quem sairá vencedor diante de um eleitorado tão dividido e ciente de suas vozes?