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Campos Neto Revela Como a Autonomia do BC Impediu Decisões Populistas!

2024-12-21

Autor: Ana

Em uma transmissão ao vivo no canal oficial do Banco Central no YouTube, o presidente Roberto Campos Neto declarou, nesta sexta-feira (20), que a autonomia conquistada durante sua gestão foi essencial para garantir a estabilidade econômica do Brasil.

Ele enfatizou que a independência na política monetária "impediu a influência de decisões populistas", fortalecendo a confiança de investidores e produtores no cenário econômico do país. Este evento marcou sua despedida do cargo, onde elogiou o modelo que separa as decisões econômicas dos ciclos políticos.

A autonomia do Banco Central, aprovada em 2021, começou a ser implementada em 2019, ano em que Campos Neto assumiu a presidência. Ele fez referência às reformas econômicas dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, acreditando que elas contribuíram para o fortalecimento institucional do Banco Central e a aprovação da sua autonomia.

No entanto, a postura de Campos Neto foi alvo de críticas. Sua participação em um grupo de WhatsApp com ministros do governo Bolsonaro e o uso de uma camiseta da seleção brasileira durante a votação em 2022 levantaram questões sobre sua neutralidade frente ao BC.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um crítico frequente das políticas de Campos Neto, argumenta que as altas taxas de juros têm sido um obstáculo ao crescimento econômico. Desde sua campanha, Lula questionou as ações do Banco Central e, ao assumir, afirmou que Campos Neto "joga contra a economia brasileira", criticando decidiuções baseadas em juros elevados.

Em sua primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic estava em 6,5% ao ano, mas hoje tal índice atinge 12,25%, com analistas prevendo novos aumentos. Embora Campos Neto defenda que tais medidas são necessárias para conter a inflação, muitos argumentam que um aumento da Selic não resolve todos os problemas econômicos; pelo contrário, em um cenário de inflação persistente, isso dificulta o crédito e afeta negativamente empresas que precisam de financiamento para crescer.

A preocupação é que essa alta nas taxas de juros leve a uma desaceleração econômica no ano que vem, com um impacto direto na atividade econômica. Em um ambiente onde o crédito se torna escasso, o resultado pode ser prejuízo para o mercado e eventual estagnação econômica.

Enquanto isso, economistas como Carla Beni, professora de MBAs da FGV, apontam que a situação exige um olhar mais atento para as políticas monetárias, a fim de encontrar um equilíbrio entre controle da inflação e o estímulo ao crescimento.