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Caixa Econômica Federal Lucra R$ 3,3 Bilhões, mas Setor Imobiliário Deixa Economistas em Alerta!

2024-11-13

Autor: Lucas

Resultados Financeiros

A Caixa Econômica Federal apresentou um lucro de R$ 3,3 bilhões no terceiro trimestre de 2024, mas as condições do setor imobiliário estão gerando preocupações entre especialistas e acionistas.

Crescimento da Carteira de Crédito

A carteira de crédito do banco atingiu impressionantes R$ 1,209 trilhões em setembro, um crescimento de 3,0% em relação ao trimestre anterior e um avanço de 10,8% na comparação anual. Porém, a margem financeira experimentou uma queda de 6,4% em relação ao último trimestre, totalizando R$ 14,497 bilhões.

Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa

Um ponto positivo foi a significativa redução nas provisões para créditos de liquidação duvidosa, que atingiram R$ 3,084 bilhões, com uma diminuição de 29,9% e 33,4%, respectivamente em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.

Carteira Imobiliária

A carteira imobiliária, representando 67,1% do total de ativos, encerrou o trimestre com um saldo de R$ 812,152 bilhões, crescendo 3,6% no trimestre e 14,7% nos últimos 12 meses. Destes, 58,5% são provenientes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 41,5% do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Medidas Cautelosas

Entretanto, a Caixa tomou medidas cautelosas e endureceu as condições para a concessão de financiamentos imobiliários. O presidente do banco, Carlos Vieira, tem alertado que, embora o orçamento esteja resolvido para 2024, 2025 apresenta desafios e necessidades urgentes de medidas para resolver questões de financiamento.

Aumento da Concorrência

Apesar de ganhar participação de mercado, o aumento da concorrência está impactando negativamente suas margens.

Desafios no Funding

Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa, afirmou que não existe uma "bala de prata" para solucionar a questão do funding, indicando a necessidade de um conjunto abrangente de ações. O banco tem solicitado ao Banco Central a redução dos depósitos compulsórios, mas sem sucesso. Além disso, a Caixa defende a diminuição do prazo mínimo de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) para três meses, como uma forma de estimular o setor.

Cenário do Crédito Comercial

A situação no crédito comercial também apresenta um cenário misto. A carteira de crédito para pessoas físicas alcançou R$ 133,198 bilhões, um leve aumento de 0,6% em relação ao semestre anterior, mas uma queda de 1,4% em comparação anual. Já a carteira do crédito comercial para pessoas jurídicas fechou setembro com R$ 99,978 bilhões, crescendo 2,1% no trimestre e 4,8% anualmente.

Setor de Infraestrutura e Agronegócio

O segmento de infraestrutura teve um saldo de R$ 104,521 bilhões, crescendo 2,6% em três meses e 3,9% em 12 meses. No agronegócio, a carteira atingiu R$ 59,574 bilhões, representando um crescimento de 1,0% no trimestre e 13,8% em relação ao ano anterior.

Projeções para 2024

Para 2024, a Caixa antecipa um crescimento de 7% a 11% em sua carteira de crédito total, com segmentos de habitação e infraestrutura prevendo um incremento de 8% a 12%. As projeções indicam que a margem financeira bruta deve crescer entre 3% a 7%, enquanto as despesas administrativas devem aumentar entre 7% e 11%.

Índice de Inadimplência

No que diz respeito à inadimplência, o índice geral subiu para 2,27%, comparado a 2,20% em junho e 2,67% no mesmo período do ano anterior. Particularmente no crédito imobiliário, a inadimplência caiu para 1,42%, enquanto no setor agro avançou para 3,35%.

Mudança no Atendimento

A movimentação do banco também reflete uma mudança significativa na forma de atendimento. Com um aumento de 52,4% nas transações digitais e uma diminuição de 7,9% nos atendimentos físicos, a Caixa tem investido em tecnologia, incluindo a modernização do atendimento e a introdução de serviços como saque por biometria e emissão de cartões de débito pré-impresso.

Considerações Finais

No cenário atual, a economia brasileira e a estabilidade do setor imobiliário continuam sendo pontos cruciais para a supervisão da Caixa Econômica Federal. Economistas e investidores estão atentos às ações que serão tomadas nos próximos meses para garantir o crescimento sustentável do banco em meio a desafios persistentes.