A empreendedora e escritora Katia Teixeira, que recentemente lançou em Paris dois importantes livros sobre o tema, revela a realidade alarmante do "wollying" – o bullying entre mulheres no ambiente de trabalho. A coletânea "Quais de mim você procura?", que reúne 50 relatos reais de mulheres que enfrentaram esse tipo de agressão emocional, e o livro solo "Wollying: Que Negócio é Esse, Mulher?", com contribuições de renomados psicólogos e cientistas sociais, trazem à tona um problema muitas vezes silenciado.

De acordo com Katia, o wollying não é apenas uma questão de rivalidade feminina, mas pode resultar em problemas de saúde mental graves, incluindo depressão severa e, em casos extremos, suicídio. A autora destaca que mulheres que atacam outras mulheres no trabalho frequentemente não percebem o impacto de suas ações, contribuindo para um ambiente corporativo que favorece a ascensão de homens em detrimento de suas colegas.

“Infelizmente, a prática do wollying perpetua um ciclo de desigualdade. Quando uma mulher precisa promover alguém, muitas vezes acaba escolhendo um homem menos qualificado, o que limita ainda mais as oportunidades para outras mulheres no mercado de trabalho”, alerta Katia em entrevista à RFI.

Se o número de mulheres líderes em uma determinada área é baixo, as chances de que outras mulheres alcancem essas posições também diminuem. Katia enfatiza que não há mais justificativas para que mulheres não se apoiem mutuamente. O fortalecimento da solidariedade feminina é crucial para mudar essa realidade.

O Impacto nas Relações Femininas

Outro ponto preocupante é o impacto do wollying nas amizades femininas. Uma pesquisa da Universidade de Harvard revelou que homens casados tendem a ser mais felizes, enquanto as mulheres obtêm maior satisfação emocional em suas amizades. Com o crescimento do wollying, a ausência de um sistema de apoio psicológico entre mulheres torna-se ainda mais alarmante. A falta de amizade e apoio entre mulheres não só impacta a saúde mental individual, mas também enfraquece a capacidade de se unirem para lutar contra a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

Portanto, é vital que as mulheres reconheçam e enfrentem essa dinâmica prejudicial, promovendo um ambiente de trabalho mais solidário e igualitário. Juntas, devem derrubar as barreiras do wollying e construir um futuro onde o apoio mútuo seja a norma e não a exceção.