O BTG Pactual acabou de assinar um contrato de exclusividade para negociar com o banco suíço Julius Baer, em uma transação que pode chegar a impressionantes R$ 1 bilhão, conforme noticiado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal 'O Globo'. Essa negociação envolve a operação do Julius Baer no Brasil, que atualmente possui R$ 70 bilhões em ativos sob sua gestão e consultoria, reforçando ainda mais o cenário de riqueza em expansão no país.

Desde a abertura de seu escritório no Brasil em 2005, o Julius Baer tem se expandido significativamente. Em 2011, conquistou uma fatia de 30% na GPS, aumentando sua participação para 80% em 2014, até adquirir a totalidade da empresa em 2016. Além disso, a compra da holding da Reliance, uma das pioneiras em investimentos no Brasil, em 2020, solidificou ainda mais sua presença no mercado local. Essa compra englobou uma gama de serviços de gestão de patrimônio e corretagem, embora posteriormente a licença de DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários) tenha sido devolvida ao Banco Central.

Informações indicam que os suíços desembolsaram entre US$ 350 milhões e US$ 400 milhões pelas empresas adquiridas, cujo valor agrupado chegou a R$ 45 bilhões. No entanto, a desvalorização cambial e os desafios enfrentados pelo setor de gestão de ativos nos últimos anos levantam questões sobre a avaliação atual, que parece estar abaixo do esperado pelos acionistas do banco.

Dentre os bancos que consideraram a aquisição, o BTG se destacou por ser o único que não possuía uma instituição financeira consolidada fora do Brasil, aumentando a atratividade da transação. Em um movimento estratégico, o BTG anunciou em junho de 2022 a aquisição do M.Y. Safra Bank nos EUA, visando ampliar sua gama de produtos e fortalecer sua área de gestão de riqueza.

No terceiro trimestre, o BTG reportou ativos sob gestão de R$ 857,4 bilhões no segmento de wealth management, apresentando um crescimento robusto de 28,8% em comparação ao mesmo período de 2023, o que reflete uma forte tendência de valorização nesta área.

Há cerca de dois anos, o Julius Baer, assistido pela Lazard, demonstrou interesse em adquirir uma participação minoritária na Faros, um escritório da rede XP. Apesar das discussões, o negócio não avançou, em parte devido à avaliação considerada elevada e à pressão financeira sobre a equipe, geradas pelo atual cenário econômico, marcado por um ciclo de alta de juros e a migração de investidores para ativos de renda fixa.

Essa nova movimentação do BTG não é apenas um passo a mais em sua estratégia de crescimento, mas também um indicativo sobre o futuro das instituições financeiras no Brasil, à medida que tentam se adaptar e competir em um ambiente econômico em constante evolução. Fique atento: a batalha pela gestão de ativos está apenas começando!