Um bombardeio devastador realizado por Israel atingiu, nesta quinta-feira (14 de novembro de 2024), dois edifícios residenciais em Damasco, capital da Síria, resultando na morte de 15 pessoas e deixando ao menos 16 feridos, conforme reportado pela agência estatal de notícias síria, Sana.

Os ataques ocorreram nos subúrbios de Mazzeh e Qudsaya, áreas conhecidas por abrigar líderes militares e operacionais ligados à Jihad Islâmica Palestina e ao Hezbollah.

O Exército israelense confirmou que os alvos foram centros de comando da Jihad Islâmica na Síria, com o porta-voz Avichay Adraee afirmando que "esses ataques atingiram fortemente a liderança e os membros ativos do movimento". Essa operação se enquadra em uma estratégia mais ampla de Israel de atacar alvos associados ao Irã e grupos militantes na região, que se intensificou após o sangrento ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Moradores fugiram da área após os ataques, reportando que os complexos de apartamentos em Mazzeh já serviram de abrigo para líderes de várias facções palestinas, como Hamas e Jihad Islâmica. Esses ataques são parte de um padrão de bombardeios que Israel tem completado ao longo de anos, visando deteriorar a infraestrutura militar de seus inimigos.

A Jihad Islâmica Palestina

Fundada na década de 1980 por estudantes universitários de Gaza no Egito, a Jihad Islâmica Palestina busca estabelecer um estado palestino nas regiões de Gaza, Cisjordânia e partes de Israel. Embora menor que o Hamas, o grupo é considerado uma organização terrorista por diversas nações, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e Israel.

Esse grupo radical, que não participa de processos eleitorais, se dedica a ações armadas contra Israel e tem reivindicado uma série de ataques suicidas e atentados ao longo dos anos. A Jihad Islâmica se aliou ao Hamas no ataque de 7 de outubro, unindo forças na luta contra Israel, embora existam divergências táticas entre os dois grupos.

Recentemente, a pressão aumentou sobre a Jihad Islâmica, conforme o Hamas fazia apelos por uma postura mais moderada e unificada. Com relações estreitas com o Irã, que fornece apoio logístico e financeiro, a Jihad Islâmica continua a ser uma peça crucial na complexa e volátil dinâmica do Oriente Médio, onde os conflitos se intensificam a cada novo ataque.

Este bombardeio em Damasco levanta questões sobre a escalada das hostilidades na região e o impacto nas populações civis, reforçando a urgência de um diálogo pacífico que ainda parece distante.