Em uma declaração contundente à CNN Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou nesta quinta-feira (23) que não pretende fugir do Brasil, apesar de estar sob investigação em três inquéritos relacionados a tentativas de golpe de Estado, falsificação de cartões de vacina e a apropriação indevida de joias recebidas da Arábia Saudita.

Em resposta às sugestões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a possibilidade de fuga, Bolsonaro disse: 'Eu vou para a cadeia, eu não vou fugir do Brasil. Eu poderia ter ficado lá quando fui para os Estados Unidos. Quando fui para a posse do Milei, eu poderia ter ficado, mas vim para cá, sabendo de todos os riscos que estou correndo.'

Esta é a segunda vez na semana que o ex-presidente menciona a possibilidade de fuga. Na última segunda (20), ele discutiu a retenção de seu passaporte, que ocorreu em fevereiro de 2024, como uma tentativa de obstruir seu deslocamento, afirmando que isso não impediria sua saída do país.

Bolsonaro relatou que vive a expectativa constante de uma operação da Polícia Federal em sua casa, mencionando ânsias e inseguranças ligadas às investigações. 'Eu acordo todos os dias com a sensação da PF em minha porta', acrescentou.

O ex-presidente também solicitou a devolução de seu passaporte para participar da cerimônia de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas o pedido foi negado por Moraes. Como resultado, sua ausência na cerimônia foi representada por seu filho, Eduardo Bolsonaro, acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro acredita que sua presença nas reuniões internacionais poderia ter um impacto significativo e menos negativo do que sua ausência. Com as investigações em andamento, a situação política continua tensa, deixando muitos se perguntando qual será o próximo passo do ex-presidente e como isso afetará o cenário político brasileiro.