FOLHAPRESS - Em uma virada surpreendente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou a escolha do advogado Celso Vilardi para coordenação de sua defesa no Supremo Tribunal Federal (STF). A partir desta quinta-feira (9/1), Vilardi, um renomado criminalista e professor de direito na FGV São Paulo, assume a liderança de uma equipe que conta com outros dois profissionais.

"Já estudei o caso e vou começar a trabalhar agora. Sobre eventuais mudanças de estratégia ou algo do tipo não cabe falar por enquanto", afirmou Vilardi, que tem uma vasta experiência em casos de grande repercussão na esfera judicial.

Muito além de suas credenciais acadêmicas, Vilardi é conhecido por sua atuação em processos polêmicos, tendo defendido figuras como Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e Eike Batista, o empresário que se tornou símbolo de crises de corrupção no Brasil. Sua bagagem impressionante inclui a defesa de Robson Marinho, um ex-deputado acusado em casos de corrupção, e Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo.

A escolha de Vilardi coincide com um momento crítico na trajetória de Bolsonaro, que foi indiciado em 21 de novembro junto com 36 outras pessoas pela Polícia Federal. As investigações apontam para uma suposta participação do ex-presidente em uma trama que buscava barrar a posse do presidente Lula (PT).

Até o momento, Paulo Cunha Bueno liderava a defesa de Bolsonaro, mas agora faz parte da equipe junto com Vilardi. Notavelmente, esta mudança ocorre em uma data simbólica: o segundo aniversário dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, que miravam as sedes dos Três Poderes em Brasília.

O presidente Lula organizou uma agenda especial para relembrar os eventos do dia, enquanto os aliados de Bolsonaro lutam pela anistia dos envolvidos nesses ataques, ainda insistindo que não houve tentativa de golpe.

Dois anos após os tumultos, bolsonaristas permanecem inabaláveis, afirmando que as prisões de seus colegas são injustas. Em contrapartida, Lula prometeu ser firme no combate a qualquer tentativa golpista durante uma cerimônia que marcou os dois anos dos ataques, sublinhando: "Seremos implacáveis contra qualquer tentativa de golpe."

Além de Bolsonaro, a lista de indiciados apresenta figuras militares proeminentes e políticos, incluindo o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL. A expectativa é de que o tema da anistia retorne às discussões legislativas, apesar de ter esbarrado no ano anterior.

Este desdobramento atrai atenção não apenas pela importância política, mas também pela ampla gama de reações que suscita na sociedade brasileira.