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Bolha Imobiliária: Miami em Alerta Máximo, São Paulo em Indústria Segura

2024-09-24

Entre as principais cidades do mundo, Miami foi classificada como a que apresenta o maior risco de bolha imobiliária, impulsionada pela recente migração de nova-iorquinos e californianos em busca de novas oportunidades na região ensolarada.

Por outro lado, São Paulo destaca-se como a cidade com o menor risco entre as 25 metrópoles analisadas pelo UBS Global Real Estate Bubble Index, que avalia anualmente o mercado imobiliário global.

O estudo deste ano revela que, apesar de uma ligeira queda no risco de bolhas imobiliárias, as condições regionais são variadas: enquanto os desequilíbrios diminuíram na Europa, permaneceram estáveis na região da Ásia-Pacífico e aumentaram nos Estados Unidos. Os preços dos imóveis, ajustados pela inflação, estão cerca de 15% abaixo dos níveis de meados de 2022, quando as taxas de juros começaram a subir mundialmente.

Claudio Saputelli, líder da área de imóveis do UBS, destaca que as cidades que experimentaram as correções de preços mais fortes possuem um histórico de alto risco de bolha nos anos anteriores. Por exemplo, cidades como Frankfurt, Munique, Estocolmo, Hong Kong e Paris observaram quedas de preços superiores a 20% em relação ao pico pós-pandemia.

Enquanto isso, Miami e Dubai viram aumentos significativos em seus valores imobiliários. A cidade de Miami teve um aumento de quase 50% nos preços reais desde o final de 2019, com um incremento de 7% apenas nos últimos quatro trimestres. Saputelli aponta que a escassez de propriedades com vista para o mar atrai muitos compradores endinheirados, mas alerta que os preços ainda estão abaixo de outras grandes cidades americanas, como Nova York e São Francisco.

O UBS categoriza os riscos de bolha imobiliária em quatro níveis: alto (acima de 1,5 ponto), elevado (de 1 a 1,5), moderado (de 0,5 a 1) e baixo (abaixo de 0,5). Miami lidera o grupo de risco alto com 1,79 pontos, ao lado de Tóquio e Zurique.

No caso de São Paulo, o relatório indica uma leve recuperação nos preços das casas, com um aumento modesto pelo segundo ano consecutivo. No entanto, os preços continuam mais de 20% abaixo do pico alcançado em 2014. Devido às altas taxas de juros, o aluguel permanece como a opção mais viável financeiramente, com um aumento de mais de 10% nos últimos quatro trimestres.

Contraposto à realidade de Miami, o mercado imobiliário de Londres experimentou uma queda de cerca de 25% desde seu pico em 2016, mas começa a mostrar sinais de estabilização com a queda da inflação e expectativa de novos cortes nas taxas de juros. Essa estabilidade pode revitalizar a demanda, principalmente na faixa de preços de imóveis, enquanto o segmento de luxo enfrenta incertezas relacionadas à tributação dos mais ricos.

Estes dados são vitais para quem está pensando em comprar ou investir em imóveis, tanto no Brasil quanto fora. Fique ligado e saiba como essas tendências podem impactar suas decisões no mercado imobiliário!