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Biden Concede Indultos a Alvos de Trump: Escândalo ou Proteção Necessária?

2025-01-20

Autor: Maria

Na véspera da entrega do poder a Donald Trump, Joe Biden tomou uma decisão surpreendente e polêmica ao conceder indultos preventivos para proteger congressistas, autoridades, e até mesmo membros de sua família de possíveis retaliações judiciais. O ato ocorreu nessa segunda-feira (20) e visa salvaguardar essas pessoas de "processos judiciais injustificados e politicamente motivados".

Logo após sua posse como 47º presidente dos Estados Unidos, Trump expressou indignação sobre os indultos, referindo-se a alguns dos beneficiados como "extremamente culpados de crimes graves". Seus comentários focaram especialmente nos membros da comissão de investigação que examinaram seu envolvimento no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

A lista de beneficiados inclui figuras de destaque como o ex-chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, o ex-diretor de combate à Covid-19, Anthony Fauci, e Liz Cheney, uma ex-congressista republicana que se mostrou crítica a Trump. Policiais que prestaram depoimentos sobre os incidentes do Capitólio também foram incluídos.

Biden defendeu sua ação afirmando: "Acredito no Estado de Direito e espero que a força de nossas instituições prevaleça sobre a politicagem. No entanto, são situações excepcionais, e minha consciência não me permitiria ficar sem fazer nada". O presidente enfatizou que investigações sem fundamento podem causar estragos irreversíveis na vida e na reputação das pessoas envolvidas.

O presidente acrescentou que muitos desses funcionários públicos enfrentaram ameaças e intimidações por cumprirem seus deveres, algo que ele considerou alarmante e inaceitável.

Trump, por sua vez, prometeu que, caso vença, aqueles que, segundo ele, "trapacearam" em sua administração, seriam processados e enfrentariam severas consequências. Essa situação aumenta a tensão política entre os antigos e os novos líderes dos Estados Unidos.

General Milley, que serviu durante o governo Trump, foi uma das vozes mais críticas, chamando o ex-presidente de "fascista". Após a concessão do indulto, Milley expressou sua gratidão, ressaltando que não quer viver sob a ameaça de vinganças políticas contra ele ou sua família.

A figura de Fauci também esteve em evidência, principalmente após o papel central que desempenhou durante a pandemia, muitas vezes em conflito com Trump. Durante uma entrevista, Fauci agradeceu a Biden, mas frisou que não cometeu nenhum crime que justificasse investigações contra ele.

Liz Cheney, conhecida por sua postura anti-Trump, perdeu seu cargo em 2022, mas continua a ser uma voz influente dentro do partido. Seu indulto é visto como um símbolo da luta pela integridade dentro do partido republicano.

Além dos indultos a figuras públicas, Biden também amparou cinco parentes: os irmãos James, Valerie e Francis Biden, e seus respectivos parceiros. Ele expressou preocupação com os ataques constantes que sua família tem sofrido, motivados pela sua posição política.

Ainda lembrando sua atuação como presidente, Biden tem se empenhado em ações de clemência. Recentemente, ele comutou quase 2.500 penas de crimes não violentos relacionados a drogas e já havia concedido 39 indultos antes dessa nova leva de clemência, incluindo um indulto ao seu filho Hunter, que enfrentava acusações sérias.

Essas movimentações políticas deixam um rastro de dilemas éticos e questões sobre o uso de indultos em contextos de crescente polarização política. Biden, ao final de seu mandato, parece querer selar seu legado enquanto contorna retaliações vindouras. Porém, a pergunta que todos se fazem é: até onde essas ações protegerão os envolvidos?