Uma torcedora de 26 anos, vestindo um agasalho da Galoucura, sofreu uma violenta agressão por parte de integrantes da torcida rival, a Máfia Azul, do Cruzeiro. Em entrevista à reportagem da Itatiaia, ela compartilhou os detalhes do ocorrido, que se deu próximo à Avenida Teresa Cristina, no bairro Santa Margarida, em Belo Horizonte, sua cidade natal.

A jovem relatou que o ataque começou quando dois homens se aproximaram, afirmando que queriam pegar sua blusa. "Assim que perceberam que eu era mulher, mandaram as outras meninas que estavam no ônibus descer. Quando desceram, me puxaram pelo cabelo e bateram minha cabeça no chão. Foi nesse momento que eu desmaiei. Eles conseguiram arrancar a blusa", contou a vítima, que optou por não ser identificada.

O ataque foi rápido, durando cerca de cinco minutos. Câmeras de segurança na área capturaram o momento em que ela é empurrada para dentro de uma garagem antes de ser agredida. Doze pessoas, incluindo sete mulheres e cinco homens, foram presas, suspeitas de envolvimento na agressão.

Além disso, a torcedora denunciou que o motorista do ônibus, que transportava a torcida organizada, colaborou com os agressores ao permitir que as mulheres descessem e ainda aguardou a volta delas, ignorando o sinal aberto.

Durante a entrevista, a jovem revelou que já lutava contra ansiedade e que as agressões deixaram marcas não apenas físicas, mas emocionais. "Essa experiência vai me afetar muito além do que aconteceu hoje. É triste saber que você pode ser agredida apenas por torcer pelo seu time. Eu nunca vi nada parecido, e isso me deixou paralisada", desabafou.

As imagens mostram o momento em que um ônibus para e um grupo de sete mulheres da Máfia Azul desce. Elas iniciam as agressões contra a torcedora do Atlético, usando socos, chutes e até capacetes, roubando o agasalho dela. Photos compartilhadas nas redes sociais revelaram uma das agressoras exibindo o agasalho roubado, com o rosto coberto por um escudo.

Autoridades apreenderam oito pedaços de madeira e bastões com as agressoras. A situação evidencia como a rivalidade entre as torcidas organizadas se intensificou, transformando um evento esportivo em um cenário de violência. A torcedora pediu reflexão sobre a questão: "Essas torcidas não são apenas formadas por apaixonados pelo futebol, mas por pessoas que se preparam para agredir. Elas saem de casa já com a intenção de brigar, não para apoiar seus times."

A polícia segue investigando o caso, e a discussão sobre a segurança durante eventos esportivos se torna cada vez mais urgente.