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EUA Definem Hoje o Futuro da Democracia: Uma Alerta Contra o Fascismo

2024-11-05

Autor: Lucas

A retórica de violência e hostilidade subiu de maneira alarmante após as eleições de 2020 nos Estados Unidos. Autoridades eleitorais em estados-chave como Arizona, Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin enfrentaram ameaças de morte por parte de radicais apoiadores de Trump. Uma pesquisa realizada em 2022 mostrou que uma em cada seis autoridades eleitorais recebeu ameaças, e 30% conheciam alguém que se afastou do cargo por medo de represálias. No Wisconsin, mensagens de sites do Partido Republicano instaram membros a se prepararem para um "conflito".

Esse cenário sombriamente se aproxima do que já se observa em outros locais, como o Brasil, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro expressou seu apoio a Trump, retratando-o como um símbolo de liberdade. Isso é emblemático do fortalecimento de ideologias extremistas que ameaçam as bases da democracia.

A questão que permeia esses eventos é: será que a democracia é capaz de se auto-corrigir? A crença de que a liberdade gera soluções para suas próprias falhas está sendo desafiada. A competição política, longe de ser um remédio, pode resultar em radicalização. Levitsky e Ziblatt, em seu livro "Como Salvar a Democracia", apontam que, enquanto a democracia deveria ser um sistema de auto-correção, as violências promovidas por líderes populistas como Trump têm gerado consequências opressivas e não têm respeitado as regras do jogo democrático.

O New York Times recentemente fez um chamado para que os eleitores não apoiem Trump, enfatizando seu caráter autoritário, manipulador e sua notória capacidade de incitar violência. Essa percepção é apoiada por especialistas, como Anne Applebaum, que adverte que quando Trump promete perseguir adversários, devemos levar suas palavras a sério.

O renomado historiador Robert Paxton, em suas análises sobre fascismo, observa a importância do contexto político: quando um sistema democrático enfrenta uma crise, isso frequentemente abre espaço para a radicalização e a ascensão de movimentos perigosos. Ele argumenta que, historicamente, os conservadores combinaram forças com extremistas, acreditando que poderiam controlar a situação, mas frequentemente acabaram perdendo o controle. O #fascismonãoéumcontoéumaameaça real, e essa lição deve ser levada a sério hoje.

A radicalização que Trump incita é um reflexo de uma base ansiosa por posições extremas. A relação entre um líder fascista e suas bases é fundamental para entender como o fascismo opera. Não é apenas uma questão de ideias, mas também de emoção e desejo de pertencimento que esses líderes, como Trump, podem explorar para mobilizar seguidores.

É evidente que a opressão não é uma exclusividade do passado. Mas não podemos nos resignar a acreditar que a extrema direita é um mero fenômeno dos tempos atuais. Precisamos olhar para a situação com atenção e agir. Os liberais, que muitas vezes apontam erros nas esquerdas, não devem se isentar da responsabilidade. É vital que cada um de nós pergunte: o que fazemos para combater a crescente fascistização da política?

Hoje, a democracia americana enfrenta um teste crucial. E a verdadeira questão é: seremos cúmplices ou defensores de seus valores fundamentais? No contexto global, a luta pela democracia é um dever de todos, não apenas dos que se consideram progressistas.

Prepare-se, pois um conto dramático de desafios à democracia está em andamento.