Um baiano de Vitória da Conquista, na Bahia, foi recentemente preso na Argentina, onde se refugiu após os ataques golpistas ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Juntamente com ele, sua companheira, também considerada foragida, está sendo procurada pelas autoridades. A Justiça argentina emitiu mandados de prisão para 61 indivíduos condenados por envolvimento nesses atos violentos, com apoio do Superior Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro.

No começo deste ano, o governo argentino enviou uma lista ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil com o nome dos brasileiros que solicitaram refúgio no país. As dificuldades para esses fugitivos aumentaram após uma recente mudança na legislação argentina, que proíbe a concessão de refúgio a pessoas condenadas por crimes graves, incluindo atos terroristas.

Mesmo com um clima político que favorece o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é investigado por sua possível ligação com os eventos de 8 de janeiro, a Argentina já afirmou que não há "pacto de impunidade" e que as decisões da Justiça brasileira serão respeitadas.

Até agora, apenas duas das 61 pessoas procuradas foram detidas na Argentina. O primeiro, Rodrigo Freitas Moro Ramalho, de 34 anos, foi preso em Buenos Aires. Ele era considerado foragido desde abril de 2024, quando sua tornozeleira eletrônica deixou de sinalizar por determinação judicial. Rodrigo já havia sido preso em flagrante durante os eventos do dia 8 de janeiro, mas após um período em liberdade provisória, ele foi condenado a mais de 14 anos de prisão.

O segundo preso é Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, que também tem vínculos com Vitória da Conquista. Joelton foi condenado a 17 anos de prisão por diversos crimes, incluindo tentativa de golpe de estado e associação criminosa armada. Ele foi encontrado na cidade de La Plata, próxima a Buenos Aires, e assim como Rodrigo, enfrenta um futuro incerto na Justiça argentina.

A situação desses fugitivos revela um cenário tenso, onde as autoridades estão firmes em suas decisões e a legislação mais rígida dificulta ainda mais a vida desses criminosos que tentaram subverter a ordem democrática no Brasil. Os desdobramentos desse caso seguem acompanhados de perto, tanto pela Justiça quanto pela mídia, que aguarda ansiosamente por novas prisões e a possível extradição desses indivíduos.