Saúde

Bactéria da Boca Pode Estar Ligada ao Câncer Colorretal: Descubra Como!

2024-09-22

O câncer colorretal é um dos tipos de câncer mais prevalentes no Brasil, e sua incidência vem aumentando, especialmente entre adultos jovens. Uma nova pesquisa publicada na renomada revista Nature revelou um achado intrigante: uma subespécie de bactéria, a Fusobacterium nucleatum (Fn), que habita nossa boca pode estar associada ao desenvolvimento e à progressão desse câncer.

Pesquisadores identificaram a linhagem F. nucleatum animalis C2 (FnaC2) como uma sorvência com características genéticas que podem ajudá-la a resistir ao ambiente ácido do estômago e a se instalar nos tumores colorretais. Essa descoberta abre caminhos promissores para que, futuramente, essa bactéria possa ser utilizada como uma ferramenta para a detecção precoce e o tratamento do câncer colorretal.

De acordo com Christopher D. Johnston, pesquisador do MD Anderson Cancer Center, a equipe investigou a presença de duas bactérias bem conhecidas na cavidade oral — Fusobacterium e Treponema — em amostras de células tumorais do trato gastrointestinal. A análise detalhou as subespécies de F. nucleatum, buscando entender quais delas têm maior capacidade de migrar da boca para o tumor.

A pesquisa trouxe à luz que nem todas as subespécies de Fusobacterium nucleatum são igualmente relevantes quando se trata do câncer colorretal. A FnaC2 destacou-se como a mais influente, indicando que estudos futuros podem explorar suas particularidades genéticas para aprimorar métodos de diagnóstico e tratamento.

A inclusão da FnaC2 no monitoramento da saúde bucal pode permitir a criação de kits de triagem que ajudem a detectar o câncer mais cedo. Johnston mencionou que compreender a relação entre essa bactéria e o câncer colorretal pode ser crucial para desenvolver estratégias de prevenção e até vacinas, similar ao que se fez com o HPV e o câncer cervical.

A cavidade bucal é lar de uma vasta gama de bactérias; a F. nucleatum é particularmente comum e pode contribuir para doenças gengivais. Segundo a doutora Nidia Castro dos Santos, especialista em periodontia, a detecção precoce da FnaC2 pode significar um avanço significativo nos exames diagnósticos para o câncer colorretal. Ela também ressaltou a importância de futuras pesquisas para avaliar se a bactéria está mais associada ao câncer em indivíduos com doenças gengivais ou em pessoas com boa saúde bucal.

Essas descobertas podem não só ajudar na triagem de indivíduos em risco, mas também influenciar como as doenças gengivais devem ser tratadas em relação ao câncer colorretal, talvez até mesmo promovendo a saúde bucal como uma forma de prevenção. Portanto, a relação entre saúde bucal e câncer colorretal merece atenção e mais investigação para entendermos melhor essa conexão surpreendente.