Ataque Mortal no Aeroporto: Delator do PCC Recebeu Sinal Interno para Execução, Revela Delegada
2024-11-16
Autor: Carolina
A investigação em torno do brutal ataque que resultou na morte de duas pessoas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, está revelando detalhes alarmantes. De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, titular do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), os criminosos tiveram apoio de alguém dentro do saguão do aeroporto, o que permitiu a execução do ataque de forma sincronizada.
"A ação foi orquestrada em apenas sete segundos", relatou a delegada, enfatizando a precisão com que os criminosos atuaram. Imagens das câmeras de segurança mostram um Volkswagen Gol preto circulando pela área de embarque antes de se posicionar atrás de um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM), indicando que a primeira fase do plano foi cuidadosamente monitorada.
Este ataque foi direcionado a Antôni Vinícius Gritzbach, um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) e de policiais civis, que estava voltando de uma viagem a Maceió. Gritzbach, de 38 anos, e sua namorada, Maria Helena Antunes, estavam acompanhados por um policial militar armado no momento do ataque, mas mesmo assim não conseguiram evitar a emboscada.
A delegada explicou que, no momento em que Gritzbach foi assassinado, ele atravessava a calçada do Terminal 2 e estava prestes a entrar no veículo. O veículo executou a manobra após receber o sinal, permitindo que os agressores atacassem de frente. "Alguém dentro do aeroporto claramente avisou os criminosos sobre a saída de Gritzbach", confirmou Ivalda.
As investigações também levaram a implicações alarmantes envolvendo as forças de segurança. Policiais militares e civis foram afastados de suas funções devido a possíveis ligações com o criminoso. Esta investigação paralela destaca a corrupção e os vínculos perigosos entre alguns agentes de segurança e o crime organizado.
No que diz respeito à defesa de Gritzbach, surgiram especulações de que o criminoso poderia ter um cúmplice no voo ou que poderia haver um sistema de geolocalização associado às joias avaliadas em R$ 1 milhão que ele transportava na bagagem na hora do ataque. A caixa de joias se tornou um elemento chave, pois Gritzbach havia recebido esses itens antes do ataque, e a defesa se questiona se isso poderia ter revelado sua localização.
Com o caso se desenrolando, um fato chocante permanece: uma semana após o ataque, ainda não há suspeitos presos. A polícia conseguiu localizar o carro usado pelos assassinos e confirmou que as armas apreendidas nele foram usadas no ataque mortal, que também vitimou o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos.
Gritzbach tinha um passado tumultuado, incluindo denúncias de corrupção contra policiais civis e uma delação premiada em que acusou agentes de exigir R$ 40 milhões para encerrar um inquérito que apurava sua suposta participação na morte de integrantes do PCC. Ele era um nome polêmico nas investigações, especialmente após ser identificado como suposto mandante do assassinato de um membro da facção. O pano de fundo do crime revela não só a fragilidade do sistema de segurança, mas também a intrigante e perigosa relação entre delações e a morte no mundo do crime organizado.