O juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, decidiu arquivar o Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que investigava as denúncias de quatro mulheres contra Marcius Melhem, ex-diretor de humor da TV Globo, acusado de violência psicológica.

Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, essa decisão veio após um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro. A investigação começou a partir da análise de 132 vídeos que Melhem publicou em suas redes sociais, onde ele buscava se defender das acusações de assédio sexual.

A promotora Fabíola Lovis concluiu que Melhem utilizou essas postagens apenas como uma forma de defesa, apontando que a análise técnica revelou indícios de 'combinação' nas narrativas das vítimas, que apresentavam diversas contradições em seus relatos. "Os elementos coletados não sustentam as acusações de maneira robusta", disse a promotora.

Desde que as primeiras denúncias foram feitas em 2019, quando a atriz Dani Calabresa apresentou queixa ao setor de compliance da TV Globo, o caso gerou grande repercussão na mídia e nas redes sociais. As alegações de assédio e abuso de poder se tornaram um tema recorrente em discussões sobre a cultura de respeito no ambiente de trabalho nas empresas de entretenimento.

Apesar do arquivamento do inquérito, a situação levantou um debate importante sobre a necessidade de investigações rigorosas em casos de assédio e a proteção das vítimas. O que muitos se perguntam agora é: o arquivamento representa uma justiça ineficaz ou uma proteção aos direitos de quem é acusado? O assunto continua em pauta, e a sociedade exige respostas claras e transparência.

Os desdobramentos desse caso podem impactar não só a carreira de Marcius Melhem, mas também a forma como abusos de poder são frequentemente tratados dentro das grandes corporações de mídia. A luta contra a violência psicológica e o assédio sexual ainda está longe de acabar, e a atenção do público permanece voltada para os próximos passos desse polêmico caso.