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Anúncio de Zuckerberg: Ataque ao STF e à Soberania Brasileira, Afirma Secretário da Secom

2025-01-07

Autor: Gabriel

247 - Em uma reviravolta polêmica, a Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e Threads, anunciou uma alteração radical em suas práticas de moderação de conteúdo. No dia 7 de novembro, Mark Zuckerberg fez declarações que levantaram um verdadeiro alarme entre líderes políticos no Brasil, especialmente após sugerir que "países da América Latina têm tribunais secretos" em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, João Brant, criticou fortemente a postura da Meta, rotulando-a como uma "declaração fortíssima" que deslegitima a atuação do STF, chamando-o de "corte secreta". Essa declaração é uma crítica direta às medidas do STF que visam combater a desinformação, especialmente em tempos de eleições e polarização política.

Brant destacou ainda que as mudanças anunciadas pela Meta indicam uma tendência perigosa: a empresa agora irá confiar nos próprios usuários para moderar informações, utilizando um sistema chamado "Notas da Comunidade", em vez de profissionais de checagem de fatos. Essa mudança segue o exemplo da plataforma X de Elon Musk, que tem sido fortemente criticada por sua falta de controle sobre informações prejudiciais.

“As declarações da Meta mostram um ataque direto à liberdade de expressão e à soberania nacional,” afirmou Brant. Ele acredita que a empresa está se posicionando para operar politicamente no cenário internacional, alinhando-se com o governo Trump e se opondo a legislações da Europa, Brasil e outros países que pretendem equilibrar direitos e responsabilidades online.

O secretário enfatizou que o novo direcionamento da Meta poderia resultar em um cerceamento das atividades de empresas de checagem, afetando a capacidade da sociedade de discernir informações verdadeiras de falsas em um ambiente digital já caótico. O recente aviso de Zuckerberg sobre "retornar às raízes da liberdade de expressão" sugere uma realidade onde desinformação pode prosperar sem supervisão adequada, ameaçando a integridade das democracias.

Além disso, Brant mencionou que a postura da Meta poderia acirrar ainda mais a polarização política no Brasil, uma vez que a empresa dá voz a narrativas muitas vezes distorcidas por interesses políticos. "Ao permitir que usuários adicionem notas a postagens, sem a supervisão de profissionais, estamos permitindo que a desinformação corra solta", advertiu.

Com a crescente desconfiança em relação às plataformas digitais, a discussão sobre como regular as atividades de empresas como a Meta torna-se mais urgente. Especialistas em mídia e comunicação alertam que este movimento pode não apenas prejudicar a capacidade de informar o público, mas também impactar diretamente a saúde democrática no Brasil e em outras democracias ao redor do mundo.