Alzheimer, Parkinson e Covid-19: você sabia que a perda de olfato pode estar ligada a mais de 100 doenças? Entenda essa conexão!
2024-11-10
Autor: Mariana
Recentemente, um estudo publicado na revista Frontiers in Molecular Neuroscience revelou que a perda de olfato está relacionada a mais de 100 condições médicas, incluindo doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson, síndromes como a de Tourette, bem como distúrbios como anorexia nervosa, esquizofrenia e Covid-19 longa. Este novo dado abre um leque de discussão sobre a importância do olfato para a saúde geral do cérebro.
Os pesquisadores apontam que a perda de olfato frequentemente resulta de inflamações, que podem comprometer não apenas a capacidade de sentir odores, mas também a memória e outras funções cognitivas. De acordo com o otorrinolaringologista Fabrizio Romano, muitos distúrbios que afetam o sistema nervoso central se manifestam inicialmente através da perda olfativa, que pode ocorrer mesmo antes dos sintomas clássicos, como tremores ou lapsos de memória.
"O sistema olfativo é fundamentalmente ligado ao nosso sistema nervoso. Isso significa que, ao identificar uma perda de olfato, conseguimos, em muitos casos, prever o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas," explica Romano.
Mas o que muitos não sabem é que a perda de olfato pode acontecer sem quaisquer sinais precursores. Enquanto doenças como a gripe podem vir acompanhadas de sintomas claros, a redução no sentido olfativo pode se dar de forma súbita, como observado em infecções por Covid-19, ou de maneira gradual, em casos de rinites ou sinusites.
Um ponto interessante levantado pelo estudo é o potencial do enriquecimento olfativo como uma estratégia preventiva. A pesquisa sugere que treinar o olfato pode ajudar a mitigar a inflamação e, assim, melhorar a saúde cognitiva. Isso se deve à conexão entre os sentidos do olfato e da audição, ambos impactando o funcionamento cerebral.
"Praticar exercícios olfativos ajuda a aumentar a reserva cognitiva, reduzindo a probabilidade de desenvolvimento dessas doenças," afirma o especialista.
Romano ainda destaca que mais pesquisas são necessárias para entender se a perda de olfato provocada por condições como rinites alérgicas aumenta o risco de outras doenças. Cerca de 25% da população brasileira sofre de rinite, o que torna o assunto crucial para a saúde pública.
Mas como você pode fortalecer seu olfato? Michael Leon, pesquisador da Universidade da Califórnia, Irvine, sugere que técnicas de enriquecimento olfativo podem ser extremamente eficazes. Estima-se que a prática regular de cheirar diferentes essências pode melhorar a memória em até 226% em idosos. Isso inclui cheiros familiares, como eucalipto, limão, rosa e cravo, em um exercício simples que leva menos de três minutos por dia.
Além disso, já estão em desenvolvimento tecnologias que permitem testar e tratar a perda de olfato, como dispositivos que podem liberar odores em uma forma de triagem.
A importância dessa pesquisa não pode ser ignorada. Proteger e melhorar nosso sentido olfativo pode ser uma chave para prevenir doenças degenerativas e melhorar a qualidade de vida. Fique atento aos sinais e busque ajuda médica caso observe qualquer alteração no seu olfato!