Nos últimos dias, o cenário econômico brasileiro apresentou um aumento no otimismo em relação ao cumprimento da meta de déficit zero pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2024. Apesar do ceticismo fiscal que permeou o ambiente diante das dificuldades observadas nas contas públicas, analistas políticos acreditam que a administração conseguirá cerrar o ano dentro das expectativas estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

De acordo com a 59ª rodada do Barômetro do Poder, pesquisa realizada pelo InfoMoney com consultorias renomadas e analistas políticos independentes, 47% dos especialistas veem "altas" ou "muito altas" as chances de alcançar o resultado primário, um aumento significativo de 12 pontos percentuais em relação à edição anterior realizada em agosto. Por outro lado, 35% ainda expressam suas preocupações quanto à viabilidade de alcançar essa meta, indicando um nível de incerteza considerável a menos de dois meses do final do ano.

Neste contexto, a meta fiscal estabelecida pelo governo consiste em um equilíbrio entre receitas e despesas primárias, com uma tolerância de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde a R$ 28,756 bilhões. Os analistas atribuem uma média de 3,35 em uma escala de 1 a 5 para a probabilidade de cumprimento, o que representa o melhor índice desde que a pesquisa começou a ser realizada em setembro de 2023.

Um ponto que desafia essa expectativa é o uso de políticas parafiscais, que, segundo 59% dos especialistas, impõem riscos elevados para a saúde das contas públicas. A percepção negativa sobre essas iniciativas reflete um receio de que o governo possa procurar caminhos alternativos para contornar limitações impostas pelo novo marco fiscal.

As contas públicas têm sido um tema central nas discussões econômicas em todo o país e o ambiente econômico global se torna cada vez mais incerto, especialmente após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Neste cenário, os investidores estão ansiosos pelo anúncio de um pacote de medidas de controle de despesas que o governo federal prometeu divulgar após as eleições municipais.

Estão em discussão mudanças nas regras de benefícios sociais, incluindo o seguro-desemprego e o abono salarial. Tais alterações visam conter o crescimento acelerado das despesas obrigatórias, que atualmente correspondem a mais de 90% do orçamento federal.

Embora a expectativa de que Lula anuncie novas medidas fiscais até a próxima quinta-feira (14) seja alta, as deliberações nos bastidores ainda estão em curso e é possível que mais tempo seja necessário até que decisões concretas sejam tomadas. Com isso, todos os olhos permanecem voltados para os próximos passos do governo, enquanto aumenta a ansiedade no mercado financeiro.

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