Nação

Alerta Vermelho: Primavera Atípica e Secas Severas Emergentes no Rio de Janeiro!

2024-09-21

As recentes mudanças climáticas têm causado uma reviravolta no ecossistema da Mata Atlântica, que abrange 17% da floresta do estado do Rio de Janeiro. Especialistas já identificam que o florescimento das plantas, um fenômeno que tradicionalmente ocorre com a transição das estações, está sendo drasticamente afetado pelas condições climáticas extremas observadas nos últimos meses.

César Soares, meteorologista da Climatempo, alerta que a fumaça das queimadas seguirá como uma preocupação ao longo da primavera, sendo amplificada pela falta de ventos e frentes frias. O calor intenso deverá permanecer até o final de outubro, com temperaturas médias ao redor de 27 °C, e em novembro, as máximas podem atingir impressionantes 29 °C.

O inverno no Rio de Janeiro foi marcado por extremos climáticos, com as menores temperaturas em 13 anos, chegando a 8,3 °C, e a maior delas, 39,4 °C em setembro. Este fenômeno dos extremos climáticos é um forte indicativo das mudanças drásticas que o clima está passando, com a estiagem atual sendo diretamente influenciada pelas altas temperaturas do oceano Atlântico, criando um cenário preocupante de seca e desabastecimento.

As previsões para a primavera não estão animadoras, já que as chuvas devem ficar bem abaixo do esperado, levando as autoridades a tomar medidas cautelosas em relação ao abastecimento de água. A Cedae e a Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) implementaram várias ações para mitigar os efeitos da seca, que está afetando diretamente o Sistema Imunana-Laranjal usado por cidades como Niterói e São Gonçalo.

Além disso, a capacidade de captação de água nesse sistema teve uma drástica redução de 10%, sobrando assim um aumento na preocupação com os incêndios florestais em áreas de vegetação seca. A Cedae tem intensificado esforços de desassoreamento e investido em novas bombas para aumentar a oferta de água.

Essas condições climáticas instáveis também resultam em um impacto direto sobre a segurança alimentar. Agricultores estão enfrentando sérios desafios para planejar os plantios, uma vez que os ciclos naturais não estão mais confiáveis. Essa mudança tem grandes consequências ecológicas e podem resultar em um ambiente cada vez mais desafiador para o cultivo e a produção local de alimentos.

A desigualdade hídrica no estado do Rio de Janeiro, que afeta cerca de nove milhões de moradores da Baixada Fluminense e da capital, se intensifica. Muitos dependem exclusivamente do sistema Guandu para abastecimento de água e estão alertando sobre a “crise da geosmina”, que afeta a qualidade da água. Essa vulnerabilidade é amplamente reconhecida, com povos originários há décadas alertando sobre a escassez iminente.

Por fim, a Secretaria Municipal de Saúde tem mantido um monitoramento constante sobre os efeitos das mudanças climáticas na saúde pública. Grupos mais suscetíveis aos efeitos da baixa umidade, como gestantes, idosos e crianças, são alvo de especial atenção: a saúde da população está em risco, e ações imediatas e efetivas se tornam imprescindíveis diante desse cenário alarmante.