Alerta Vermelho: Nascimento de Tartarugas Cai 75% no Maior Berçário do Brasil!
2025-01-02
Autor: Gabriel
O nascimento de quelônios, grupo que inclui tartarugas, cágados e jabutis, teve uma queda alarmante de 75% no vale do Guaporé, em Rondônia, que abriga o maior berçário das espécies no Brasil. Em comparação com o ano passado, 2023 registrou apenas 349 mil nascimentos, ante 1,4 milhão em 2022.
Dentre os quelônios mais comuns na região estão as tartarugas-da-amazônia e tracajás, ambas gravemente afetadas pelas mudanças climáticas. Além disso, os tracajás enfrentam a ameaça da exploração ilegal, já que sua carne é considerada uma iguaria em outros países da América do Sul, como a Colômbia.
Em uma ação urgente realizada em 15 de dezembro, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) mobilizou uma força-tarefa no vale do Guaporé, que faz divisa entre Rondônia e Mato Grosso, e também entre Brasil e Bolívia. Os funcionários do instituto, com o suporte de grupos ribeirinhos, atuaram para resgatar filhotes de tartarugas-da-amazônia de seus ninhos, removendo-os da areia e alocando-os em cercas seguras.
Os biólogos alertam que a cheia dos rios neste mês pode levar ao afogamento de milhares de tartarugas. Deyvid Muller, biólogo da Ecovale, uma associação comunitária e ecológica da região, afirmou que a rápida elevação do nível da água tem um impacto devastador: "Nossas equipes tentam identificar os ninhos o quanto antes, mas a inundação canibaliza as tartarugas debaixo da areia, tornando a situação crítica".
O Ibama atribui essa drástica diminuição da população a fatores climáticos severos do último ano, notavelmente a fumaça proveniente de queimadas, que alcançou seu ápice em setembro. A qualidade do ar em Porto Velho, capital de Rondônia, esteve entre as piores do mundo, enquanto Mato Grosso também foi duramente afetado.
"A fumaça prejudicou a orientação das tartarugas. Elas tiveram dificuldade em perceber predadores e demoraram mais para chegam às praias para a desova, o que desorganizou todo o ciclo reprodutivo destas espécies", explica José Carratte, supervisor de meio ambiente da Energisa, distribuidora de energia que apoia iniciativas de preservação na região.
Além disso, a seca aumentou a presença de bancos de areia nos rios, expondo os filhotes a maiores riscos. "Atravessar esses bancos torna as tartarugas vulneráveis a predadores como urubus, jacarés e aves carniceiras", diz César Luiz Guimarães, superintendente do Ibama em Rondônia.
Outro predador a ser considerado são os pirarucus, peixes gigantes conhecidos por caçar as tartarugas-da-amazônia. A situação é crítica e o futuro das espécies nativas depende de ações urgentes para a proteção do meio ambiente e a prevenção da exploração ilegal. O que mais precisa ser feito para salvar esses seres incríveis? A luta pelo futuro das tartarugas começa agora!