Alerta Vermelho: Maior Fabricante de Transformadores do Mundo Prevê Crise de Suprimentos!
2024-11-04
Autor: Julia
Alerta sobre a Crise de Suprimentos de Transformadores
O maior fabricante de transformadores do planeta, a Hitachi Energy, emitiu um alerta preocupante sobre a incapacidade da indústria de atender à crescente demanda por equipamentos de rede. Essa situação pode levar a consideráveis atrasos em projetos de infraestrutura essenciais, que são fundamentais para aumentar a adoção de energia renovável em todo o mundo.
Desafios na Produção
Andreas Schierenbeck, CEO da Hitachi Energy, uma divisão em forte ascensão da terceira empresa pública mais valiosa do Japão, destacou que os fabricantes de transformadores enfrentam dificuldades para aumentar a produção com a rapidez necessária para atender à demanda por atualizações nas redes elétricas. Entre os fatores que agravam esse cenário estão as crescentes necessidades dos data centers, usados para processar a inteligência artificial generativa.
Dificuldades em Aumentar a Capacidade
"Aumentar a capacidade é definitivamente um desafio. Não é simples e provavelmente não conseguiremos aumentar rapidamente o suficiente", declarou Schierenbeck em entrevista ao Financial Times. Ele enfatizou que a demora nos projetos das concessionárias é inevitável e que será necessário extender a vida útil da infraestrutura existente. "Todos estão lutando para atender à demanda."
Importância dos Transformadores
Transformadores são elementos cruciais para a eletricidade, permitindo a modulação da tensão e garantindo que a energia flua de forma eficiente das usinas até os consumidores. Esses equipamentos podem ter o tamanho de uma casa e pesar entre 400 e 500 toneladas, com sua fabricação exigindo uma intensa mão de obra e maquinário especializado que leva anos para ser adquirido. Além disso, os fabricantes estão reticentes em investir demais, temendo um possível excesso de capacidade no futuro.
Aquisição da ABB Power Grids e Crescimento da Hitachi Energy
Com a aquisição da ABB Power Grids em 2020, avaliada em impressionantes US$ 11 bilhões, a Hitachi Energy tornou-se um motor de crescimento-chave para a empresa japonesa. O objetivo da unidade é aumentar suas receitas entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões anualmente, visando atingir US$ 30 bilhões até 2030, em comparação aos atuais US$ 13 bilhões.
Aumento do Tempo de Espera
O mercado de transformadores, que antes fornecia produtos em um prazo de seis a oito meses, viu esse tempo de espera subir drasticamente devido à intensa demanda; o mercado, avaliado em US$ 48 bilhões, pode chegar a US$ 67 bilhões até 2030, segundo a consultoria Rystad Energy. Atualmente, concessionárias que desejam adquirir esses equipamentos vitais enfrentam uma espera de três a quatro anos, caso não tenham feito reservas com antecedência.
Reflexo da Necessidade de Atualização das Infraestruturas
Além do impacto direto nas cadeias de suprimentos, a escassez de transformadores também é um reflexo da necessidade urgente de se atualizar a infraestrutura elétrica, especialmente com o aumento crescente da participação de fontes renováveis na matriz energética. Essas fontes estão frequentemente localizadas distantes dos usuários, exigindo mais infraestrutura de transmissão do que as usinas tradicionais.
Tensão e Aumento de Preços na Indústria
Os desafios não param por aí: segundo Edvard Christoffersen, analista sênior da Rystad Energy, a indústria de transformadores está enfrentando uma “tensão sem precedentes”, com os preços aumentando cerca de 40% desde 2019, e a previsão é que a escassez de suprimentos persista até o final de 2026.
Alerta do Laboratório Nacional de Energia Renovável
Um alerta adicional veio do Laboratório Nacional de Energia Renovável dos EUA, que também identificou um "desequilíbrio sem precedentes entre oferta e demanda" para transformadores, enquanto o Conselho Consultivo Nacional de Infraestrutura do Presidente dos EUA classificou a escassez de "crítica".
Investimentos da Hitachi Energy e Futuro da Indústria
Em resposta a essa crise, a Hitachi Energy anunciou um investimento de US$ 6 bilhões e a contratação de mais 15 mil colaboradores para expandir sua capacidade de produção nos próximos três anos, mas adverte que toda a nova produção já foi prometida a clientes.
Reflexões sobre o Futuro
Schierenbeck minimizou preocupações sobre um futuro excesso de capacidade, afirmando que ainda levará algum tempo até que a concorrência chinesa represente uma ameaça, mesmo com as exportações da China em alta. "Construir uma nova fábrica leva quatro anos desde o início, então realmente não conseguimos nos adaptar mais rápido que o mercado", afirmou.
Essa situação gera alertas sobre o futuro da infraestrutura de energia em um mundo que cada vez mais busca a transição para fontes sustentáveis. A dúvida agora é: a indústria conseguirá acomodar essa demanda crescente antes que a paciência se esgote?