Álcool: A Epidemia Silenciosa que Mata 12 Brasileiros por Hora! Descubra o Impacto
2024-11-05
Autor: Mariana
Um alarmante estudo divulgado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) nesta terça-feira (5) revela que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas resulta em 12 mortes a cada hora no Brasil, totalizando um custo devastador de R$ 18,8 bilhões por ano para os cofres públicos.
Realizado a pedido das organizações Vital Strategies e ACT Promoção da Saúde, o estudo baseou-se em estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre mortes atribuíveis ao álcool e em dados públicos.
Em 2019, o levantamento apontou para 104,8 mil mortes atribuídas a problemas como doenças cardiovasculares, câncer, acidentes e violência, com os homens sendo os mais afetados, representando 86% dos óbitos.
Os gastos diretos com internações e tratamentos ambulatoriais relacionados ao álcool somaram R$ 1,1 bilhão, sendo que os homens foram responsáveis por R$ 836,3 milhões desse total. Além disso, os custos indiretos, que incluem licenças médicas e perdas de produtividade, chegaram a impressionantes R$ 17,7 bilhões.
Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies Brasil, enfatiza que é imprescindível entender essas despesas para desenvolver políticas públicas eficazes. Atualmente, uma nova reforma tributária está em discussão no Senado, incluindo propostas para um imposto seletivo sobre produtos prejudiciais à saúde.
O pesquisador Eduardo Nilson, da Fiocruz, sugere que a metodologia usada para calcular os custos do álcool poderá ser aplicada na avaliação dos impactos da reforma tributária. "É uma oportunidade de ganhar tanto na arrecadação quanto na redução de despesas", afirma Nilson.
Estudos internacionais, apoiados pela OMS, demonstram que a tributação é uma das formas mais eficientes de diminuir o consumo de álcool e, consequentemente, os problemas de saúde associados. Por exemplo, antes da guerra, a Ucrânia reduziu em 63% o consumo de álcool em oito anos após um aumento nos preços das bebidas, resultando em 70 mil a 90 mil vidas salvas anualmente.
Uma pesquisa Datafolha de 2023 revelou que 94% dos brasileiros apoiam o aumento dos impostos sobre produtos nocivos, como álcool e cigarro. A maioria (73%) acredita que a receita deve ser destinada ao SUS.
Na parte da conscientização, a Fiocruz lançou a campanha "Quer uma dose de realidade?", visando alertar a sociedade e os legisladores sobre os efeitos prejudiciais do álcool. Impactantemente, as mulheres têm uma menor taxa de internações (20%) no SUS, porém, são responsáveis por 48,4% dos gastos com atendimento ambulatorial. Isto se deve ao seu autocuidado que as leva a buscar tratamento antes das complicações.
Adicionalmente, a OMS alerta que mesmo o consumo moderado de álcool é um fator de risco significativo para o câncer de mama. Na Europa, 66% dos casos de câncer de mama estão associados ao álcool. Essa preocupação é amplificada por dados do Vigitel, que indicam que os episódios de consumo abusivo de álcool entre mulheres quase dobraram de 2006 a 2023.
O estudo da Fiocruz utilizou uma análise comparativa de risco para estimar as frações atribuíveis ao consumo de álcool e suas consequências. Com a prevalência do consumo, foram calculados os custos diretos e indiretos relacionados às doenças atribuíveis ao álcool.
O estudo destaca a necessidade urgente de ações eficazes para mitigar essa crise de saúde pública, alertando para o fato de que a conscientização e a intervenção são vitais para salvar vidas e reduzir o peso econômico que o consumo de álcool impõe à sociedade.