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"Ainda Estou Aqui" recebe aclamação do New York Times e Los Angeles Times

2025-01-19

Autor: Julia

O aclamado longa-metragem "Ainda Estou Aqui", com a brilhante atuação de Fernanda Torres, estreou com sucesso nos cinemas dos EUA na sexta-feira, 17 de janeiro. A crítica tem sido unânime em seu elogio, com publicações renomadas como o New York Times e o Los Angeles Times destacando não apenas a performance de Torres, mas também a significativa relevância política do filme, que se desenrola durante o controverso governo de Jair Bolsonaro.

Com novos elogios, o filme brasileiro alcançou uma impressionante taxa de 94% de críticas positivas no Rotten Tomatoes, refletindo a sua recepção calorosa pelo público e pela crítica. O longa, que já tem se tornado um marco, aborda questões políticas e familiares com uma sensibilidade notável e uma profundidade comovente.

A Força Emocional do Filme

Carlos Aguilar, do Los Angeles Times, destacou a força emocional de "Ainda Estou Aqui", descrevendo-o como "um retrato sofisticado da resistência comunitária". Ele elogiou a performance de Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, como uma "performance magistral de contenção e força interior", capturando a complexidade de uma mulher que enfrenta o luto enquanto luta para manter sua família unida em tempos difíceis. Aguilar também ressaltou a importância do filme ao ilustrar a resistência através de momentos de alegria e humanidade, afirmando que "a vitória de Eunice não é apenas sobre sobrevivência, mas sobre manter a família unida na adversidade".

Explorando o Passado

Alissa Wilkinson, do New York Times, descreveu o filme como "belo e devastador", enfatizando como aborda o impacto das atrocidades da ditadura militar, não só no Brasil, mas em uma dimensão global. Ao mencionar o personagem Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, Wilkinson destacou o uso de táticas como o gaslighting, onde verdades conhecidas pelas famílias são negadas, causando um efeito devastador.

A crítica também elogiou a forma como o diretor Walter Salles explora a memória e resistência, mostrando a família preservando recordações em Super 8, ressaltando o cinema como um ato contra o esquecimento.

Relevância Política e Contexto Atual

O New York Times enfatizou a relevância política do longa, fazendo uma conexão crítica com a atualidade do Brasil, marcada por tentativas de golpe e a polarização política. Apesar dos esforços de boicote por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, o filme já se consagrou como a maior bilheteira do cinema brasileiro desde o início da pandemia.

Wilkinson ressaltou que "Ainda Estou Aqui" não se limita a retratar uma época específica, mas oferece uma reflexão sobre como táticas de controle autoritário se manifestam no cotidiano das pessoas. A crítica mencionou que a obra é um eco da luta desenvolvida por outros países da América Latina que passaram por processos de responsabilização por crimes de ditadura, como Chile e Argentina.

Um Grito por Justiça

"Se não esclarecer e punir os crimes cometidos, eles continuarão a ser praticados impunemente", afirma Eunice em uma das cenas mais impactantes, abordando a necessidade urgente de enfrentar o passado.

Diversos críticos tiveram opiniões complementares; Jessica Kiang, da Variety, elogiou o filme como "profundamente comovente"; enquanto David Rooney, do Hollywood Reporter, considerou a obra "fascinante e cheia de emoção". Por outro lado, algumas análises foram mais críticas, como Marshall Shaffer, do The Playlist, que apontou que a estrutura do roteiro poderia ter sido mais elaborada.

Conclusão

"Ainda Estou Aqui" não só marca um momento importante para o cinema brasileiro como também serve como um alerta sobre a manutenção da memória e a luta contra a opressão, fazendo dele uma experiência cinematográfica indispensável. Prepare-se para uma jornada que vai mexer com suas emoções e te fazer refletir sobre a importância da história, da família e da resistência!