AGU Solicita PF e CVM na Luta Contra Desinformação Relacionada a Galípolo
2024-12-19
Autor: Gabriel
Na noite de terça-feira, 18 de dezembro de 2024, a Advocacia Geral da União (AGU) enviou ofícios à Polícia Federal (PF) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) requisitando a abertura de investigações policiais e administrativas para apurar possíveis crimes que possam ter impactado o mercado de capitais. A ação foi motivada por uma série de publicações falsas que envolvem Gabriel Galípolo, cotado para ser o novo presidente do Banco Central do Brasil.
De acordo com a AGU, essas postagens eram “totalmente sem fundamento” e mesmo assim conquistaram uma ampla repercussão no mercado financeiro e em redes sociais especializadas em análise econômica, resultando em efeitos negativos na cotação do dólar. O pedido de investigação, formulado pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), foi acionado pela Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto.
As mensagens identificadas como atribuições ao futuro presidente do Banco Central foram disseminadas pelo perfil Insiders Capital, que já não está mais ativo. As postagens alegavam que:
- Nath Finanças estava sendo considerada para um cargo na diretoria do BC sob a liderança de Galípolo;
- Galípolo teria afirmado que a “moeda do Brics protegeria” o Brasil da influência direta do dólar;
- Também se disse que ele teria mencionado que a alta da moeda americana era artificial e que a meta era reduzir a cotação do dólar para R$ 5 até 2025.
Contudo, Galípolo negou ter proferido tais declarações, o que eleva as preocupações sobre as consequências das notícias falsas na dinâmica do mercado.
O último fechamento do dólar comercial foi histórico, encerrando a 6,27, um aumento de 2,82% em relação ao dia anterior, marcando a quinta alta consecutiva da moeda.
Karina Nathércia Lopes, procuradora da PNDD, ressaltou em sua declaração que garantir a integridade das informações no ambiente digital é essencial para manter um sistema informado e democrático. Ela enfatizou que a disseminação de desinformação pode causar danos significativos ao funcionamento do Estado e à confiança na administração pública.
“É fundamental que as plataformas digitais não sejam utilizadas como ferramentas para veicular desinformação sobre políticas públicas ou para minar a legitimidade das instituições democráticas”, declarou Lopes.
A AGU e a PF, assim como a CVM, buscam medidas rigorosas contra a disseminação de notícias falsas que podem comprometer a estabilidade econômica e a confiança dos investidores. Esse movimento é um passo importante na luta contra a desinformação, que em um mundo cada vez mais digitalizado, pode ter consequências drásticas não só para o mercado, mas para a democracia como um todo.