Tecnologia

Acordo inovador: Vale e GEP impulsionam hidrogênio verde no Brasil!

2024-10-01

Em um passo significativo para a transição energética, a Vale e a GEP (Green Energy Park) formalizaram nesta terça-feira (1) um acordo para desenvolver uma planta de hidrogênio verde no Brasil. Este projeto visa atrair fabricantes de matéria-prima para colaborar no processo de descarbonização da siderurgia europeia, e pode representar um marco na indústria mineral brasileira.

Este é o segundo acordo do tipo que a mineradora assina, destacando a intenção de aproveitar a abundância de energia renovável no Brasil para transformar seu minério de ferro em HBI (hot-briquetted iron, ou ferro-esponja). Este método pode reduzir em até 80% as emissões de carbono na produção de aço, um passo crucial para a sustentabilidade do setor.

"Estamos explorando as vantagens competitivas do Brasil, que incluem minério de ferro de alta qualidade e uma vasta gama de recursos renováveis", afirma Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da Vale. A responsável ainda aponta que isso contribuirá para a neoindustrialização do Brasil, centrada em uma economia de baixo carbono.

O novo modelo de parceria da Vale, denominado Mega Hub, busca estabelecer complexos industriais dedicados à produção de produtos siderúrgicos de baixo carbono. Em setembro, a mineradora firmou um acordo semelhante com a sueca H2 Green Steel, reforçando seu compromisso com a inovação sustentável.

A primeira fase do projeto, segundo Nascimento, envolverá a aglomeração do minério em pelotas ou briquetes, enquanto a GEP será responsável pela produção do hidrogênio verde. Um terceiro parceiro será encarregado de converter esse hidrogênio em HBI. Embora os detalhes financeiros e a localização da planta ainda não tenham sido divulgados, existe uma preferência para que a unidade seja instalada próxima às operações existentes da Vale, que estão concentradas em Minas Gerais e nas regiões de Pará e Maranhão.

O setor siderúrgico é responsável por aproximadamente 8% das emissões de carbono globalmente, principalmente devido ao uso de carvão em altos-fornos. Com as rígidas políticas de descarbonização que estão surgindo na Europa, os custos de produção de aço devem aumentar nos próximos anos. Transitar para fornos elétricos e o uso de HBI pode reduzir as emissões de carbono de 2 para apenas 0,4 toneladas por tonelada de aço produzido.

"Estamos oferecendo soluções para um desafio significativo enfrentado pela Europa: a descarbonização da siderurgia", complementa Nascimento.

A GEP também trará tecnologia avançada para a produção eficiente de hidrogênio verde, um recurso considerado essencial na transição energética, pois pode substituir combustíveis fósseis em diversos processos industriais. Bart Biebuyck, CEO da GEP, declarou: "Nossa colaboração visa implementar nossa tecnologia líder em hidrogênio verde nos setores com maiores dificuldades de redução de emissões, oferecendo uma base competitiva para a produção de aço verde na Europa e além".

Em um movimento estratégico, a Vale anunciou em abril a antecipação de sua meta de tornar 100% da energia elétrica consumida em suas operações brasileiras proveniente de fontes renováveis, deslocando-se rapidamente em direção a um futuro mais sustentável. A mineradora também está trabalhando para zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050, estabelecendo metas intermediárias, incluindo a redução de um terço das emissões na produção de minério até 2030.

Além desses esforços, nos últimos meses, a Vale tem se associado a fabricantes de caminhões fora de estrada para desenvolver motores que utilizem biocombustíveis e eletricidade, reafirmando sua dedicação a práticas mais sustentáveis nas operações mineradoras, um dos maiores desafios desse processo. Não perca de vista como a indústria mineral está se transformando e contribuindo para um futuro mais verde!