A Revolução Verde: Brasil Lidera o Futuro dos Combustíveis com a Nova Lei
2024-11-10
Autor: Ana
O renomado economista Plinio Nastari, presidente e CEO da Datagro, vem se destacando como um dos maiores defensores do etanol, evidenciando seu potencial no cenário energético global. Segundo Nastari, o programa Mover (Mobilidade Verde e Sustentabilidade) e a recém-aprovada Lei do Combustível do Futuro posicionam o Brasil na "vanguarda mundial" em matéria de energia limpa, trazendo a tão necessária "segurança regulatória" para que a indústria automobilística possa planejar seu futuro.
Apesar de uma frota majoritariamente composta por veículos flex, o uso do etanol ainda é baixo em comparação à gasolina. Isso levanta a questão: é culpa apenas da economia? Nastari sugere que a situação é mais complexa. Em regiões onde o etanol é mais competitivo, seu consumo pode variar entre 52% e 60% do total utilizado. Ele observa que muitos proprietários não têm consciência de que seus veículos são flex, e alguns até acreditam falsamente que o etanol pode danificar seus motores. Esses mitos, além da falta de informação, impactam diretamente no consumo.
Ele ainda comenta que a indústria automotiva está investindo em tecnologia para aumentar a resistência e a durabilidade dos veículos que utilizam etanol. Surpreendentemente, em um movimento inovador, o grupo Stellantis já homologou três modelos movidos 100% a etanol hidratado, que serão oferecidos a empresas e órgãos governamentais. Isso poderá reacender o interesse do consumidor por essa fonte de combustível renovável.
Um ponto crucial que Nastari destaca é a comparação econômica entre etanol e gasolina. Em 1991, ele participou da análise da matriz energética brasileira e constatou que a relação de preço entre os dois combustíveis era teoricamente de 80,76%. Atualmente, em carros flex, essa relação está em cerca de 70%. Para tornar o etanol uma alternativa atraente, é fundamental que a indústria promova motores otimizados que funcionem exclusivamente com etanol.
Além dos aspectos técnicos e econômicos, Nastari também fala sobre as preocupações ambientais: o etanol emite menos poluentes do que a gasolina e não contribui para a formação de chuva ácida, além de ter uma intensidade de carbono significativamente baixa, o que é vital no combate às mudanças climáticas. Ele afirma que a combinação de cana-de-açúcar e milho na produção do etanol brasileiro é um passo gigante em direção a um futuro sustentável.
Entretanto, a chegada de marcas chinesas ao Brasil, como BYD e GWM, tem levantado questionamentos sobre sua adaptação ao uso de etanol e prazos para lançamento de modelos híbridos flex. Plinio defende que essas demoras não devem ser vistas como falta de interesse, mas como parte de um planejamento cuidadoso e estratégico de longo prazo.
A dúvida que permanece é como o governo definirá as novas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI Verde), já que isso influenciará diretamente a competitividade dos modelos híbridos flex. Apesar das incertezas, a legislação brasileira é considerada neutra tecnologicamente, permitindo que o mercado evolua de acordo com a eficiência ambiental desejada.
Em suma, o Brasil está se posicionando como líder em energia renovável e a nova lei do combustível não é apenas uma vitória ambiental, mas também uma esperança para a indústria e para o consumidor, mostrando que é possível alavancar uma revolução energética no país.