Ciência

A "pandemia silenciosa" que causa 3,8 milhões de mortes anuais e preocupa cientistas mundialmente!

2024-09-23

Um alarmante artigo publicado na renomada revista The Lancet alerta a comunidade científica global sobre uma crescente resistência a doenças fúngicas que poderá se transformar em uma crise de saúde pública, caso não sejam tomadas providências imediatas.

Enquanto o mundo já lida com a possível previsão de 39 milhões de mortes anuais devido à resistência a antibióticos, um fenômeno menos visível, mas igualmente devastador, está emergindo: a resistência aos antifúngicos. Isso já resulta em impressionantes 3,8 milhões de mortes anualmente, tornando-se uma verdadeira "pandemia silenciosa", como os pesquisadores a denominaram.

Infecções fúngicas resistentes, como as causadas por Aspergillus, Candida, Nakaseomyces glabratus e Trichophyton indotineae, representam um grave risco, especialmente para idosos e pessoas imunocomprometidas; no entanto, não são apenas os humanos que estão em perigo. Animais e ambientes também estão ameaçados.

Uma das maiores dificuldades no combate a essas infecções é a semelhança entre células fúngicas e celulares humanas, que impede a criação de tratamentos eficazes, sem causar efeitos colaterais prejudiciais aos pacientes. Essa questão, portanto, não é apenas uma preocupação abstrata, mas uma real batalha que médicos e cientistas enfrentam diariamente.

Os impactos dos agrotóxicos

O Professor Ferry Hagen, especialista no assunto, destaca a interconexão entre o uso de fungicidas na agricultura e a resistência fúngica emergente. Ele aponta que a resistência cruzada se torna um grande problema quando produtos químicos similares são utilizados repetidamente na agricultura. "Enquanto novos e promissores agentes antifúngicos estão em testes clínicos, o setor agroquímico continua a desenvolver fungicidas com mecanismos semelhantes, atrasando o progresso e nos fazendo retroceder", observa o professor.

Para enfrentar essa crise silenciosa, os cientistas sugerem a criação de um acordo global que restrinja o uso de determinadas classes de antifúngicos, principalmente em aplicações agrícolas. É fundamental que haja uma colaboração internacional para promover um equilíbrio entre segurança alimentar e saúde—não apenas de humanos, mas também de animais e plantas.

Os pesquisadores enfatizam que a questão da resistência a infecções fúngicas resistentes deve estar na pauta da próxima reunião da ONU, marcada para setembro. O mundo não pode subestimar essa ameaça, pois ela já está tirando vidas e, sem ações imediatas, pode causar um estrago irreversível na saúde global!