Brienna Hall, 29 anos, é uma engenheira de suporte ao cliente na Advanced Semiconductor Materials Lithography (ASML), e suas funções podem ser mais vitais do que você imagina. Quando ingressou na empresa no ano passado, ela não tinha ideia de como seu trabalho impactaria a economia global.

A rotina de Brienna começa com um traje completamente branco, a fim de garantir a mais alta pureza possível. Ela entra em uma sala com um ar 100 vezes mais limpo do que o de um ambiente cirúrgico. Isso mesmo! Esse é o nível de limpeza exigido quando você trabalha com a revolucionária máquina de litografia ultravioleta extrema (EUV), cuja complexidade é impressionante e seus efeitos são sentidos em todos os aspectos de nossas vidas.

Responsável pela fabricação dos microchips mais avançados do planeta, a máquina da ASML é um dos pilares da tecnologia moderna. Sua construção exigiu técnicas inovadoras e, apesar da sua importância, existem apenas algumas centenas dessas máquinas no mundo. O investimento para manter uma dessas estruturas gira em torno de US$ 170 milhões (cerca de R$ 1,05 bilhão), enquanto modelos mais avançados podem custar até US$ 370 milhões (aproximadamente R$ 2,29 bilhões).

Você sabia que toda essa tecnologia é produzida exclusivamente pela ASML? Essa gigante holandesa é responsável pela união do mercado global de chips. Isso significa que dispositivos que você usa diariamente, como smartphones, tablets, e até automóveis, dependem da operação dessas máquinas.

A história das máquinas EUV remonta há 40 anos, quando a ideia de usar luz ultravioleta extrema para imprimir chips era apenas um sonho distante. O desenvolvimento dessa tecnologia foi um desafio que exigiu tempo e investimento massivo. Para que você tenha uma ideia, a fabricação de um único chip envolve a vaporização de gotículas de estanho derretido, que se transforma em plasma e emite luz EUV, um processo realizado 50 mil vezes por segundo!

Algumas curiosidades que chocam: os espelhos que são utilizados nessas máquinas são tão precisos que, se fossem escalados para o tamanho da Alemanha, suas imperfeições seriam inferiores a 1 mm. Para você ter noção da precisão, seria como apontar um laser da Terra e acertar uma bola de pingue-pongue na Lua!

O processo de miniaturização dos transistores também é fascinante. De 436 nm nas primeiras máquinas desenvolvidas pela ASML, hoje alcançamos impressionantes 13,5 nm. Isso resulta em chips produzidos com resoluções dez mil vezes mais finas do que um fio de cabelo humano.

Apesar da complexidade e da importância dessas máquinas, existe também um lado humano. Os engenheiros como Brienna são fundamentais para o suporte ao cliente, assegurando que tudo funcione perfeitamente. Para que você tenha uma ideia, somente seis empresas possuem essas máquinas, enquanto outras, incluindo gigantes como Apple e Nvidia, dependem delas para produzir seus semicondutores, essenciais para a criação de dispositivos que tornam nossas vidas mais conectadas.

Em 2022, as remessas anuais do sistema EUV cresceram de 10 para mais de 50 unidades. Mas isso não foi um feito fácil; em 2012, a ASML até vendeu participação para gigantes do setor como Intel e Samsung, buscando apoio enquanto o desenvolvimento de suas máquinas continuava.

A receita gerada pelas máquinas industriais superou os desafios de litografia, provando que a ASML estava certo ao apostar na EUV. E no cerne dessa operação estão os engenheiros de suporte ao cliente, que enfrentam desafios diários. Recentemente, a TSMC enfrentou dificuldades devido a terremotos em Taiwan, e há relatos de como variações sutis no clima podem afetar a produção.

Trabalhando longas horas, Brienna cuida da manutenção das máquinas, participando de treinamentos e fazendo viagens internacionais, por exemplo, para um centro de treinamento em Taiwan. Seu dia típico começa cedo e é cheio de desafios, desde manutenções preventivas até a solução de problemas que podem surgir durante a operação das máquinas.

No entanto, a paixão e a dedicação de Brienna pelo seu trabalho a fazem enfrentar qualquer obstáculo com um sorriso no rosto. Ela ressalta que, embora as máquinas sejam complexas, a interação humana é o que realmente faz a diferença na operação bem-sucedida dessas maravilhas da tecnologia. Você pode não perceber o quanto essa máquina é vital em nosso dia a dia, mas Brienna e seu trabalho são essenciais para que tudo funcione como deve.

A Micron Technology, onde Brienna trabalha, está investindo pesadamente na fabricação de semicondutores nos EUA, com uma nova planta projetada para custar US$ 15 bilhões (cerca de R$ 92 bilhões). A máquina EUV, que pesa mais de 136 mil quilos, foi trazida da Europa aos Estados Unidos em três aviões de carga 747, um feito logístico impressionante.

Com tanta inovação e superação, fica claro que a tecnologia, em conjunto com talentos como Brienna, é o que sustenta o mundo moderno. Você gostaria de saber mais sobre esse universo fascinante da fabricação de chips? Não perca a chance de descobrir as curiosidades e inovações que esperam por você!