A Maconha e o Perigo da Psicose: Estudo Revela Novas Verdades!
2025-01-12
Autor: Maria
Um alarmante estudo realizado no Reino Unido revelou que o uso recreativo da maconha não só aumenta a probabilidade de desenvolver psicoses clínicas, mas que esses riscos se estendem a todos os usuários, mesmo aqueles que não possuem uma predisposição genética para distúrbios mentais.
Publicado na renomada revista científica *Psychological Medicine*, a pesquisa lança luz sobre a relevância do tetrahidrocanabinol (THC) - o principal componente psicoativo da maconha - no surgimento de problemas psicológicos. Os pesquisadores descobriram que o teor de THC é um fator mais determinante que a predisposição genética na emergência de condições como a esquizofrenia.
Os efeitos psicoativos da maconha no cérebro são intensificados pela presença do THC, que, ao ser metabolizado, pode provocar episódios psicóticos, desde alucinações temporárias durante o uso, conhecidas como "bad trips", até condições crônicas como a esquizofrenia. Segundo o professor e pesquisador da UFPR, Thiago Henrique Roza, ainda que a associação entre o uso de maconha e psicose seja evidente, outros fatores devem ser considerados. Fatores de estresse, violência e negligência na infância também desempenham papéis cruciais.
Os pesquisadores britânicos analisaram dados de mil participantes do European Network of National Schizophrenia Networks Studying Gene-Environment Interactions (EU-GEI) e 143 mil do UK Biobank. Esses grupos incluíam informações genéticas, relatos de uso de maconha e diagnósticos de psicose, permitindo uma análise profunda sobre a interação entre genética e consumo de Cannabis.
Os resultados foram alarmantes: o aumento nos diagnósticos de psicose se correlacionou com o uso de maconha, especialmente entre os usuários que consumiam variedades com mais de 10% de THC. A pesquisa refuta a ideia de que a predisposição genética por si só é suficiente para o desenvolvimento de psicoses, mas alerta para a presença de um aumento significativo em surtos psicóticos entre aqueles que usam variedades mais potentes da droga.
Embora a relação entre o uso de maconha e a predisposição genética não possa ser completamente ignorada, o médico psiquiatra Matheus Casquer, da UFMS, ressalta que essa conexão é multifacetada e pode gerar diferenças estatísticas importantes.
Além disso, um estudo recente publicado em 2023 na *The Lancet Psychiatry* destaca que indivíduos geneticamente predispostos podem ser mais propensos ao uso de maconha, criando um ciclo preocupante de risco. As campanhas de saúde pública estão se tornando mais urgentes nesse contexto, principalmente para os que têm maior risco genético ou já enfrentam transtornos psicóticos.
É crucial diferenciar entre os usuários recreativos e aqueles que fazem uso de Cannabis medicinal, que geralmente consomem produtos ricos em canabidiol (CBD). Pesquisas nos Estados Unidos indicam que tratamentos prolongados com CBD não apresentam alterações significativas na atividade cerebral relacionada a cognição e controle inibitório, mesmo em indivíduos com psicose.
O professor Roza reafirma que o canabidiol tende a ter um perfil de segurança favorável, mesmo para aqueles com predisposição a distúrbios mentais, mas avisa que as pesquisas sobre o tratamento com Cannabis ainda estão em estágios iniciais.
Em um mundo onde a legalização da maconha avança, é vital que consumidores e profissionais de saúde estejam cientes desses riscos e nuances. A luta contra a desinformação e a promoção de um consumo consciente podem ser a chave para evitar tragédias relacionadas à saúde mental.