92% dos gastos do Congresso com redes sociais vão para a Meta, que acaba com checagem de fatos
2025-01-12
Autor: Pedro
Introdução
A Meta, conglomerado de Mark Zuckerberg que engloba Facebook, Instagram e WhatsApp, destacou-se em 2024 ao concentrar impressionantes 92% do total gasto por deputados e senadores em plataformas de tecnologia de comunicação. Esse dado foi revelado em um levantamento feito pelo Poder360, baseado em informações públicas.
Gastos do Congresso
No total, Câmara e Senado desembolsaram R$ 1,9 milhão à empresa através da cota dos congressistas, uma verba pública disponível mensalmente para os parlamentares utilizarem em suas atividades. Este valor supera de longe os gastos direcionados a outras grandes empresas de tecnologia, como Google, X (ex-Twitter) e Flickr.
Distribuição dos gastos
Enquanto isso, o Google recebeu apenas 7% do total, correspondendo a R$ 143.269, enquanto a plataforma de Elon Musk, o X (ex-Twitter), recebeu um modesto montante de R$ 1.425,52. Os recursos estão sendo majoritariamente utilizados para impulsionar publicações dos congressistas nas plataformas da Meta, refletindo a preferência deste grupo pela divulgação online.
Ausência de investimentos em outras plataformas
Além disso, o levantamento mostrou que, no período analisado, não houve nenhum investimento direto em redes sociais como TikTok e Kwai, evidenciando o domínio contínuo das plataformas de Zuckerberg na comunicação política.
Mudança na checagem de fatos
A grande mudança no cenário das redes sociais veio com o anúncio feito pela Meta na terça-feira (7 de janeiro de 2024), informando o fim do seu sistema de verificação de fatos. O novo modelo permitirá que os próprios usuários acrescentem observações às postagens, movendo a responsabilidade de moderação para a comunidade, enquanto os moderadores focarão apenas em casos de gravidade elevada.
Justificativa de Zuckerberg
Zuckerberg justifica essa mudança afirmando que as regras de verificação e moderação ultrapassaram os limites e que é necessário "ressuscitar a liberdade de expressão" nas plataformas do grupo. O programa de checagem de informações tinha sido introduzido após a polêmica eleição de 2016, e segundo executivos da Meta, a política foi inicialmente implementada para combater a desinformação, que, em parte, surgiu devido à "pressão política".
Consequências e reflexões
Este movimento da Meta não só reflete uma nova estratégia na gestão de conteúdo, mas também coloca a empresa no centro das discussões sobre a responsabilidade nas redes sociais e a luta contra a desinformação, especialmente em um ano eleitoral crucial. Como isso afetará a comunicação política e a forma como os cidadãos consomem informações? Só o tempo dirá.