O canal oficial de Jair Bolsonaro (PL) no WhatsApp foi bloqueado na última segunda-feira (20). A decisão da Meta, controladora da plataforma, ocorreu após denúncias de que Bolsonaro teria violado diretrizes ao compartilhar um vídeo que discutia a liberação de três mulheres israelenses, reféns do Hamas, na Faixa de Gaza. O conteúdo foi classificado como endossando discurso de ódio e apoio a grupos terroristas, de acordo com a revista Veja.

Bolsonaro utilizou sua conta no X (antigo Twitter) para criticar a decisão da Meta. No vídeo em questão, ele descreveu as mulheres como "inocentes, mantidas reféns por selvagens" e fez menções contundentes ao Hamas. O WhatsApp enviou um aviso sobre a violação das diretrizes, que proíbem o apoio a grupos considerados terroristas.

A decisão não passou despercebida pelos apoiadores de Bolsonaro, que reagiram com indignação nas redes sociais. Muitos direcionaram críticas ao fundador da Meta, Mark Zuckerberg, acusando-o de "censura" e afirmando que tal ação fazia parte de uma agenda "woke" ou "comunista". Um seguidor, em tom de descontentamento, comentou: “Zuckerberg ainda não mudou nada, pelo visto”, aludindo à suposta moderação de conteúdo nas redes sociais controladas pela Meta.

Há também um clima de contradição no ar, especialmente após a recente aproximação de Zuckerberg com Donald Trump, que levanta questões sobre a consistência das políticas de moderação da empresa. Embora a Meta tenha relaxado algumas de suas políticas de conteúdo, a empresa ainda mantém um rígido controle sobre postagens que possam ser interpretadas como discurso de ódio ou apoio a atos terroristas.

Esse episódio evidencia a crescente tensão em torno das redes sociais e a maneira como elas moderam o conteúdo político. A discussão sobre liberdade de expressão versus responsabilidade nas plataformas digitais está mais forte do que nunca. Os apoiadores de Bolsonaro continuam a luta contra o que consideram censura, enquanto a Meta defende a necessidade de um espaço seguro e livre de ideologias extremistas.