Negócios

WEG (WEGE3) despenca 5,2% após resultados surpreendentes no 3T; é hora de comprar ou esperar?

2024-10-30

Autor: Matheus

A tão aguardada divulgação de resultados da WEG (WEGE3) trouxe boas surpresas, mas a ação caiu 5,16%, fechando a R$ 54,00, após investidores realizarem lucros e se preocuparem com o aumento das despesas. A WEG, que já acumula uma valorização de 57% em 2023, viu seus resultados do terceiro trimestre serem praticamente em linha com as expectativas, mas os dados de despesas chamaram a atenção negativamente do mercado.

De acordo com o Itaú BBA, o desempenho da WEG no mercado externo foi positivo, com crescimento estável no cenário doméstico. Porém, a margem EBITDA decepcionou, mostrando que poderia ser ainda melhor. A margem bruta alcançou um recorde histórico, com um aumento de 210 pontos-base anualmente e 80 pontos-base em relação ao trimestre anterior, impulsionada, principalmente, pelos segmentos de Transmissão e Distribuição e um mix de produtos mais favorável. No entanto, o aumento de 130 pontos-base nas despesas gerais e administrativas (SG&A) em relação ao 3T23 acabou impactando negativamente o resultado.

Os analistas acreditam que este aumento nas despesas esteja ligado à recente integração da Regal com a WEG e esperam que a empresa consiga capturar sinergias nesse processo, o que deve levar a uma recuperação nas margens EBITDA no futuro. O Itaú BBA avalia que a reação negativa das ações após os resultados é uma oportunidade de compra, mantendo a recomendação de 'outperform' e um preço-alvo de R$ 57.

Analisando os números do 3T24, o EBITDA atingiu R$ 2,2 bilhões, marcando um crescimento anual de 28%, em linha com as projeções do JPMorgan e com as expectativas do mercado. A receita líquida ficou em R$ 9,86 bilhões, abaixo do consenso de R$ 9,99 bilhões.

Entre os pontos positivos, o JPMorgan destacou o crescimento de 22% na receita em relação ao ano anterior, impulsionado pela integração da Regal, além de um impressionante crescimento de 41% nas receitas internacionais. Outro destaque foi a margem bruta, que alcançou 34,5%, e a margem EBITDA, que se estabeleceu em 22,6%.

Entretanto, o lado negativo trouxe à tona a queda de 6% na Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) no Brasil, que não superou R$ 2 bilhões pela primeira vez desde o 3T23. As despesas operacionais também cresceram em ritmo acima da receita, aumentando 32% e 26%, respectivamente.

Apesar das análises optimistas, o Goldman Sachs manteve uma recomendação de venda para as ações da WEG, estabelecendo um preço-alvo de R$ 45, argumentando que o crescimento do lucro líquido deve ficar abaixo da média histórica nos próximos anos.

Por outro lado, a Ativa Investimentos considera os resultados da WEG como sólidos, destacando a forte demanda por soluções de T&D nos EUA, que tem ajudado a impulsionar o segmento. A análise ressalta que a margem EBITDA sofreu influências de integrações e aumento de custos relacionados ao frete.

A Genial Investimentos, por sua vez, observou que a desaceleração no mercado interno, com uma queda de 6% na receita em relação ao trimestre, afetou os resultados da WEG, e sugeriu que a queda na margem EBITDA pode ser um efeito temporário causado pelas despesas de integração das novas aquisições.

Em suma, o cenário da WEG continua promissor, mas os investidores devem ponderar suas decisões em relação ao estoque, uma vez que as oscilações no mercado podem oferecer tanto oportunidades quanto riscos.