Mudanças na Voepass após a Tragédia

Um mês após a chocante tragédia do voo 2283, que resultou na morte de todas as 62 pessoas a bordo de um ATR-72 em Vinhedo (SP), a Voepass Linhas Aéreas decidiu implementar mudanças drásticas em sua estrutura.

A companhia aérea anunciou a demissão dos principais responsáveis por manutenções, segurança operacional e operações, uma ação considerada necessária para restaurar a confiança na empresa.

Na notícia divulgada, ficou claro que Josué Luis Felício Filho, cofundador e atual presidente, assumirá a liderança executiva e a gestão direta das operações. Com mais de 30 anos de experiência como piloto e atuando como presidente desde 2004, Felício busca implementar uma nova era de segurança e confiança na companhia.

Eduardo Busch, que anteriormente ocupava a função de CEO, agora liderará as questões jurídicas da Voepass, uma mudança estratégica em tempos de crise.

As demissões incluem figuras chave como Eric Cônsoli, chefe de Manutenção; David Faria, da diretoria de Segurança Operacional; e Marcel Moura, da Diretoria de Operações. Apesar das demissões, a empresa expressou gratidão pelas contribuições passadas destes executivos através de um comunicado.

Novos nomes foram anunciados para ocupar as diretorias deixadas em aberto: Carlos Alberto Costa na Manutenção, Diego Hangai na Segurança Operacional e Raphael Limongi nas Operações, todos os quais aguardam aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Recordação da Tragédia

Recordando os eventos trágicos, no dia 9 de agosto, um voo da Voepass, anteriormente conhecido como Passaredo, caiu em Vinhedo, levando à morte de 58 passageiros e quatro tripulantes. O avião, que partiu de Cascavel (PR) rumo ao Aeroporto Internacional de São Paulo, perdeu sustentação e colidiu com o solo aos 4 mil metros de altura.

A investigação concluiu que as vítimas faleceram devido a politraumatismo, e a empresa reiterou que a aeronave estava em condições adequadas para voar no momento da decolagem, conforme verificado por um ‘check diário’.

A última revisão do avião ocorreu em 24 de junho de 2023, elevando as questões sobre a segurança no transporte aéreo e a urgência de melhorias na fiscalização da manutenção das aeronaves no Brasil.

Especialistas em segurança aérea agora chamam a atenção para a necessidade de maior rigor nas inspeções das companhias aéreas, na expectativa de que tragédias como essa nunca mais se repitam.