Você usa pílulas para dormir e ainda acorda cansado? Descubra o que um estudo recente revelou!
2025-01-09
Autor: Julia
No Brasil, pelo menos 73 milhões de pessoas enfrentam problemas relacionados à insônia, segundo dados da Associação Brasileira do Sono (ABS). Para muitos, o uso de medicamentos que induzem o sono se tornou uma solução, mas um novo estudo publicado na Revista Cell revelou que esse caminho pode não ser tão simples. Muitas pessoas ainda acordam se sentindo cansadas, e a culpada pode ser a interferência dos medicamentos no sistema de limpeza noturno do cérebro.
O cérebro humano, assim como outras partes do corpo, produz resíduos que precisam ser eliminados para evitar danos. Esses resíduos incluem moléculas tóxicas que estão associadas a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Normalmente, essa limpeza é realizada pelo sistema glinfático, uma rede de canais que envolve os vasos sanguíneos do cérebro, removendo os resíduos. Essa atividade é intensificada durante o sono, especialmente durante o sono profundo.
O estudo em questão, realizado com camundongos, revelou que a depuração glinfática é estimulada por uma substância química chamada norepinefrina (ou noradrenalina), a qual desempenha um papel crucial no sistema de ''luta ou fuga'' do organismo. A liberação dessa substância ocorre em pequenos picos durante o sono profundo, promovendo uma maior circulação do líquido cefalorraquidiano, que é responsável por coletar e remover os resíduos do cérebro.
No entanto, quando os camundongos foram submetidos ao zolpidem, uma pílula comumente prescrita para insônia, houve uma redução de 50% na liberação da norepinefrina. Isso resultou em uma queda de mais de 30% na eficiência do sistema glinfático, reduzindo a remoção de resíduos do cérebro.
Embora esses resultados ainda não tenham sido confirmados em humanos, estudiosos acreditam que o cérebro humano reage de maneira semelhante ao dos camundongos. Pesquisas anteriores mostraram flutuações no fluxo sanguíneo e no líquido cefalorraquidiano durante o sono profundo, causadas pela norepinefrina, indicando que nossas redes glinfáticas também funcionam de maneira semelhante.
Esses achados levantam preocupações significativas sobre o uso de pílulas para dormir. Embora elas possam ajudar as pessoas a adormecerem mais rapidamente, a diminuição da qualidade do sono pode trazer consequências negativas e aumentar o risco de doenças, como alertado pela neurocientista Natalie Hauglund, da Universidade de Oxford. Segundo Hauglund, a medicação para dormir tem sido associada a uma maior mortalidade e a déficits cognitivos, evidenciando que esses remédios podem não proporcionar o sono reparador que muitos buscam.
Diante disso, é fundamental repensar o uso dessas substâncias e considerar alternativas naturais para combater a insônia, como meditação, práticas de relaxamento ou mesmo ajustes na rotina de sono. Não permita que a busca por uma boa noite de sono comprometa sua saúde! Consegue imaginar os impactos que uma boa noite de sono poderia ter na sua vida? Faça escolhas conscientes e cuide do seu sono!