
‘Você tem sangue nas mãos’: Funcionária demitida da Microsoft faz protesto bombástico
2025-04-09
Autor: Maria
Uma engenheira da Microsoft, Ibtihal Aboussad, chocou o público ao confrontar o chefe de IA da empresa, Mustafa Suleyman, durante um evento de comemoração dos 50 anos da gigante da tecnologia em Redmond, Washington. A reação de Aboussad, que foi demitida logo após o incidente, levantou questões sobre a ética da empresa em relação aos seus contratos com o governo israelense.
Ao interromper a palestra de Suleyman, Aboussad denunciou a venda de tecnologias de IA da Microsoft utilizadas por forças militares israelenses, afirmando: "Vergonha de você, Mustafa. Você diz se importar com a IA para o bem, mas a Microsoft vende armas de IA que alimentam o genocídio em nossa região. Cinquenta e cinco mil pessoas morreram!". Essa ação provocou uma imediata repercussão, gerando discussões acaloradas nas redes sociais sobre o papel da tecnologia na guerra e sobre a responsabilidade das empresas.
No meio da confrontação, Aboussad lançou um cachecol keffiyeh ao palco, um símbolo de resistência palestina. Ela continuou seu protesto, afirmando que a Microsoft lucra com a guerra e que todos na companhia têm "sangue nas mãos" devido a sua conexão com os conflitos no Oriente Médio. O clima ficou tenso quando a segurança foi chamada para retirar Aboussad do local, mas suas palavras ecoaram entre os presentes.
Em nota, a Microsoft tentou justificar a demissão de Aboussad, alegando que sua conduta foi "inapropriada" e que ela poderia ter manifestado suas preocupações em um ambiente confidencial, sem alarmar o evento. No entanto, críticos argumentam que a demissão dela representa uma tentativa da empresa de silenciar vozes dissidentes e impedir discussões críticas sobre suas práticas comerciais. A empresa reafirmou seu compromisso em garantir um espaço onde todas as vozes possam ser ouvidas, desde que isso não interfira nas operações do negócio.
Além de Aboussad, outra funcionária, Vaniya Agrawal, também foi demitida após interromper um painel que incluía o CEO Satya Nadella e outros executivos de alto escalão. Agrawal havia planejado deixar a Microsoft em breve, mas recebeu a comunicação de sua demissão imediata, tornando a situação ainda mais polêmica.
O contexto desses protestos é alarmante, especialmente após uma investigação da Associated Press que revelou que tecnologias da Microsoft e da OpenAI foram utilizadas em operações militares israelenses para selecionar alvos durante conflitos recentes em Gaza e Líbano. Isso levanta sérias questões sobre a responsabilidade ética das empresas de tecnologia e sua contribuição para crises humanitárias.
O caso está chamando a atenção de grupos de direitos civis, que reivindicam uma revisão mais aprofundada dos contratos da Microsoft com governos envolvidos em conflitos armados e a responsabilidade das empresas em relação ao impacto social de suas tecnologias. O mundo está assistindo, e muitos se perguntam: até onde as empresas devem ir em nome do lucro? O futuro do debate sobre tecnologia e ética está apenas começando.