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Viúva Revela a Verdade por Trás do Suicídio do Ex-Diretor da Caixa: 'Dinheiro Nenhum Pode Pagar a Dor'

2024-09-28

Na última semana, uma declaração poderosa da viúva de Sérgio Batista, Edneide Lisboa, destacou a crescente preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho e as consequências do assédio moral. Sérgio, ex-diretor de Controles Internos e Integridade do banco, tirou a própria vida em Brasília, um ato trágico que ocorreu apenas 21 dias após um escândalo de assédio sexual e moral que abalou a Caixa Econômica Federal, onde ele trabalhava.

Com uma carreira respeitável, Sérgio Batista era conhecido por seu profissionalismo e ética, tendo servido como assessor de três presidentes do banco. O seu suicídio chocou a todos e acendeu um debate sobre as condições de trabalho e saúde mental na instituição.

Conversando em profundidade, Edneide expressou seu desejo de honrar a memória do marido, enfatizando que ele não estava envolvido em quaisquer práticas irregulares e que seu foco é assegurar que casos semelhantes não ocorram no futuro, além de promover a discussão necessária sobre saúde mental nos ambientes corporativos.

Recentemente, a Justiça reconheceu o suicídio de Sérgio como um acidente de trabalho, resultando em uma das maiores indenizações da história do Brasil nesse contexto. A Caixa, por sua vez, afirmou estar fortalecendo seu sistema de governança para investigar denúncias e proteger colaboradores, mas ainda é alvo de críticas quanto à sua cultura interna.

Em uma declaração comovente, Edneide disse: "Dinheiro nenhum vai trazer o Sérgio de volta. A dor que eu e minha família sentimos é irreparável." Ela acrescentou que sua luta na Justiça não é apenas para buscar compensação financeira, mas para lembrar que muitos ainda enfrentam dificuldades semelhantes, e que é vital criar um espaço onde os colaboradores possam falar sobre suas experiências sem medo de retaliação.

Edneide revelou que a pressão no ambiente de trabalho de Sérgio se intensificou depois do escândalo, dizendo que o clima se tornou insustentável, com um aumento do estresse e da ansiedade entre os colaboradores. "Ele sempre foi discreto e ético, mas estava claramente angustiado com as situações que ocorriam ao seu redor. No entanto, nunca imaginei que ele chegaria a essa decisão extrema", ponderou.

Além disso, Edneide comentou sobre a possível conexão entre o ato de Sérgio e as questões de assédio institucional que permeavam a Caixa. "Ele estava em uma posição onde via o sofrimento de seus colegas e isso o afetou profundamente", afirmou.

O conversão sobre a tragédia trouxe à tona a necessidade urgente de intervenções em saúde mental no trabalho, incluindo o suporte psicológico em momentos de crise. A viúva manifesta esperança em que esse caso ajude a estabelecer uma jurisprudência que proteja outros em circunstâncias semelhantes.

Por fim, Edneide lembrou de Sérgio como uma pessoa amorosa, dedicada e respeitada, pedindo que ele seja lembrado por suas qualidades e contribuições enquanto trabalhava na Caixa, um lugar onde as vidas das pessoas eram transformadas. "Ele não merecia ter sua imagem manchada por algo que não fez", afirmou, concluindo com um apelo à dignidade e respeito que todos os trabalhadores merecem.