Violência em unidades de saúde: MG registra quase 1.000 casos mensais! Entenda o que está acontecendo
2024-10-31
Autor: Julia
Minas Gerais está enfrentando um grave problema de violência nas unidades de saúde, com uma média alarmante de 995 ocorrências de agressões mensais. Entre janeiro e agosto deste ano, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) contabilizou 7.961 infrações. Em comparação com 2022, quando foram registrados 10.206 casos, o aumento é de 11,52%, com um total de 11.382 ocorrências no ano passado. Infelizmente, a capital mineira é um dos locais mais preocupantes, apontando para um potencial aumento no número de casos neste ano em relação aos últimos três anos.
Somente entre janeiro e setembro de 2023, o município já registrou 29 ocorrências de agressão, lesão corporal e vias de fato, um número alarmante, comparado às 30 ocorrências de todo o ano passado. Esses números, reportados pela Guarda Civil Municipal, mostram que a situação está se tornando insustentável. Enquanto os pacientes frequentemente exigem atendimentos rápidos, os profissionais de saúde relatam exaustão devido à carga de trabalho e à constante ameaça de agressões verbais e físicas.
Um incidente recente ocorreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis, onde um paciente foi denunciado por injúria racial contra uma técnica de enfermagem. O desentendimento começou quando a profissional tentava orientar a acompanhante do paciente, que, irritado, proferiu palavras ofensivas. Esta não é uma situação isolada; outros profissionais de saúde relatam experiências semelhantes, com uma enfermeira dizendo que frequentemente enfrentava agressões verbais, como críticas e intimidações.
A diretora-executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG), Neuza Freitas, sublinha a urgência de medidas que garantam a segurança nos atendimentos. Ela relembra casos extremos em que trabalhadores foram gravemente feridos, ressaltando que a luta por um ambiente de trabalho mais seguro é contínua.
Neuza menciona a necessidade de um reforço na segurança, propondo que bases comunitárias da Polícia Militar ou da Guarda Civil sejam instaladas próximas às unidades de saúde. Em Belo Horizonte, a presença de um posto da PM em um hospital teve um efeito positivo, mas as UPAs em áreas rurais continuam vulneráveis devido à falta de efetivo.
Além disso, a legislação é rigorosa; desacatar um servidor público pode resultar em pena de detenção de seis meses a dois anos ou multa. A complexidade do problema é exacerbada pelo grau de estresse e pela sensação de impotência que muitas vezes os servidores sentem, levando-os a pedir transferências ou a se afastar por questões de saúde mental.
Especialistas apontam que as raízes da violência nas unidades de saúde estão ligadas à frustração dos usuários diante das demoras no atendimento. O psicólogo Thales Coutinho destaca que a dor e o estresse emocional podem levar as pessoas a agir de forma agressiva.
É essencial promover campanhas educativas que ensinem a população a lidar com suas emoções, especialmente entre crianças e jovens nas escolas, já que a empatia parece estar em falta. A necessidade de aumentar o número de profissionais nas unidades é igualmente urgente para evitar sobrecargas.
Em resposta a essa crise, a Prefeitura de Belo Horizonte implementou a presença fixa de agentes da Guarda Civil em todos os Centros de Saúde, além de sistemas de segurança como câmeras e alarmes. No entanto, o Governo de Minas não se manifestou sobre as questões levantadas, deixando a população e os profissionais de saúde em uma situação de angústia.
A situação é grave e a resposta da sociedade é necessária! Como você pode contribuir para melhorar a segurança nas unidades de saúde?
A violência nas unidades de saúde em Minas Gerais é uma realidade alarmante que demanda a atenção não apenas das autoridades, mas de todos nós. Vamos juntos combater essa situação!