As últimas horas antes do Natal trazem uma movimentação significativa nos shoppings de Belo Horizonte, mas as vendas estão aquém das expectativas dos comerciantes. Nesta terça-feira (24), nossa equipe de reportagem visitou o Oiapoque, um dos centros comerciais mais populares da cidade, e o Boulevard, um dos shoppings mais sofisticados da capital mineira.

Nas duas localidades, era perceptível a presença de consumidores à procura de presentes para o tradicional amigo secreto, além de itens decorativos e ingredientes para a ceia natalina. Contudo, o fluxo de pessoas estava abaixo dos níveis observados em anos anteriores nesta mesma data.

Mário Valadares, proprietário do Oiapoque, expressou preocupação com a possibilidade de que 2024 traga resultados ainda mais ruins do que 2023, citando o crescente nível de endividamento da população e o aumento da taxa de juros, a Selic. "A inadimplência está crescendo, e isso impacta o consumo. O aumento da Selic, que elevou o CDI, desestimula as pessoas a gastarem", explicou.

Valadares reforçou que a expectativa para o Natal deste ano era de um aumento significativo nas vendas, devido à tradição da população em gastar mais durante essa época. "Em novembro, já observamos resultados inferiores. Acreditava que as pessoas estivessem economizando para as compras de Natal, mas isso não se concretizou", lamentou.

O empresário, que também gerencia outros cinco shoppings na região metropolitana, admitiu que as incertezas econômicas estão afetando os planos de investimentos para 2025. "Estamos percebendo o cenário complicado e, apesar de não termos uma visão totalmente pessimista, hesitamos em fazer novos investimentos", acrescentou.

Por outro lado, a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) projeta um leve otimismo, prevendo um crescimento de 1,55% nas vendas do comércio da capital em dezembro, impulsionado pelas festividades natalinas. A entidade estima que cerca de R$ 2,52 bilhões deverão ser injetados na economia até o último dia do ano, mostrando um pequeno sinal de recuperação no cenário comercial.

Além disso, a influência das compras online, que continua a crescer, e as estratégias promocionais adotadas pelos lojistas podem ser fatores importantes para ajudar a reverter a situação. O que os comerciantes esperam é que as últimas horas antes do Natal tragam uma onda de consumidores dispostos a aproveitar as ofertas e realizar suas compras de fim de ano. Será que teremos uma reviravolta nos últimos minutos?

Mantenha-se atento às movimentações e tendências de compras de Natal, pois o que acontece nas próximas horas pode mudar o resultado final das vendas do comércio em BH!