Velório de torcedor do Cruzeiro assassinado em emboscada da Mancha Verde: homenagens emocionantes marcam a despedida
2024-10-29
Autor: Maria
O velório de José Victor Miranda, torcedor de 30 anos do Cruzeiro, foi repleto de comoção e homenagens emocionantes, após sua morte trágica em uma emboscada da torcida organizada do Palmeiras, a "Mancha Verde", no último domingo (27).
Realizado nesta terça-feira (29) no Centro Esportivo de Sete Lagoas, na região metropolitana de Belo Horizonte, o evento contou com a presença de familiares, amigos e integrantes da torcida "Máfia Azul". Muitos vestiam as camisas do time e seguravam balões brancos em sinal de luto. Apesar da dor intensa, decidiram não falar com a imprensa, buscando preservar o momento de despedida.
Emoções à flor da pele
O silêncio que predominava durante o velório foi quebrado quando um grande bandeirão azul e branco, com a imagem do rosto de Victor, foi erguido. Amigos e familiares se uniram em cânticos e hinos que celebravam a vida do torcedor, que deixa um filho de apenas 10 anos. O cortejo seguiu em direção ao Cemitério Parque Boa Vista, onde José Victor foi sepultado sob uma chuva de lágrimas e aplausos.
Detalhes da emboscada
A emboscada da torcida "Mancha Alviverde" ocorreu por volta das 5h na BR-381, conhecida como Fernão Dias, e envolveu um ataque contra um ônibus da "Máfia Azul" durante o retorno de uma viagem ao Paraná, após a derrota do Cruzeiro para o Athletico por 3 a 0. O ataque deixou uma pessoa morta e outras 17 feridas, causando indignação e luto na comunidade cruzeirense.
Registros de violência
Imagens gravadas por torcedores durante o ataque circularam nas redes sociais, expondo a brutalidade da situação. Os vídeos mostram torcedores da Mancha agredindo os cruzeirenses com barras de ferro e fogo de artifício, além de gritos em referência à torcida, intensificando o clima de terror e violência que se instaurou naquele momento.
Retaliação histórica
muitos torcedores acreditam que a emboscada foi uma forma de retaliação, uma "revanche" por um ataque anterior que ocorreu na mesma rodovia em setembro de 2022, quando membros da "Máfia Azul" agrediram integrantes da torcida rival. Esse ciclo de violência precisa urgentemente de um fim.
Indícios preocupantes
Perícias realizadas na rodovia revelaram que estavam armados com "miguelitos", dispositivos feitos de pregos que podem furar pneus, indicando um planejamento prévio da emboscada. Além disso, foram encontradas bombas caseiras, refletindo a gravidade da situação. O modus operandi lembra práticas de grupos criminosos, aumentando a preocupação com a segurança nos eventos esportivos.
José Victor, natural de Sete Lagoas, é lembrado carinhosamente em redes sociais por familiares e amigos que expressaram sua dor pela perda. A prima do torcedor fez uma emocionante homenagem: "Descanse em paz, meu primo... vou sentir saudade demais desse menino".
Balanço das vítimas
O atendimento às vítimas foi realizado em instituições de saúde locais, com 15 torcedores sendo levados ao Pronto-Socorro Anjo Gabriel e outros ao Hospital de Franco da Rocha. Sete pessoas sofreram traumatismo craniano e um torcedor foi ferido por arma de fogo, mas não corre risco de morte.
Investigação em andamento
Até o momento, nenhum suspeito foi detido. A Polícia Civil de São Paulo declarou que investiga o caso sob os termos de homicídio, incêndio e associação criminosa. Passaram a ser considerados atos de violência em eventos esportivos e uma necessidade urgente de intervenção para evitar futuras tragédias.
Processo de luto e reflexão
O Cruzeiro Esporte Clube também se manifestou sobre a morte de seu torcedor, pedindo uma reflexão sobre a necessidade de eliminar a violência no futebol. "Não há mais espaço para violência entre torcedores, precisamos dar um basta a esses atos criminosos", destacou a nota do clube, ressaltando a importância do esporte como um meio de união.
Rodovia sob vigilância
A concessionária que administra a Fernão Dias informou que a rodovia foi temporariamente interditada em razão do incidente, priorizando a segurança de usuários e trabalhadores. Contudo, essa situação exige uma resposta imediata das autoridades para que casos como esse não voltem a ocorrer.