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Valeu a pena gastar uma fortuna para ver Eric Clapton 'exclusivo' em SP?

2024-09-29

Recentemente, Eric Clapton apresentou um show intimista em São Paulo, uma experiência única comparada às suas apresentações em estádios lotados e arenas com mais de 30 mil pessoas. O que deveria ser um evento especial acabou gerando um intenso debate sobre o preço elevado dos ingressos para shows internacionais.

A alta cobrança reflete não apenas a fama do artista, mas também fatores como a taxa do dólar, o tamanho da produção e, claro, a tão falada exclusividade. Mas será que essa elitização dos eventos musicais realmente vale a pena? Em tempos onde a democratização da música é uma realidade, com acesso a streaming de qualidade a preços acessíveis, muitos se perguntam se vale a pena desembolsar tanto dinheiro por uma experiência ao vivo.

Durante o show, Clapton, com seus 79 anos, entregou uma performance que mesclou nostalgia e maestria. Com um ar de clube de jazz, a experiência foi marcante, mesmo que ele estivesse mais contido, optando por poucas interações com a plateia. Os fãs estavam lá não para ouvir piadas ou histórias, mas para sentir a verdade musical que Clapton entrega em cada acorde.

Dentre os maiores destaques da apresentação, estavam as interpretações emocionantes de faixas como "Got to Get Better in a Little While" e "Old Love", que levaram a plateia à loucura. O solo de guitarra, mais impactante que a gravação original, mostrava a qualidade impressionante da banda que acompanhava Clapton, trazendo uma nova energia ao seu clássico repertório.

No entanto, a pergunta que permanece é: realmente valeu a pena? Para muitos que pagaram a fortuna para ver a lenda do blues de perto, a resposta é sim. A sensação de estar a poucos metros de um ícone da música moderna vale qualquer preço. Contudo, a elitização dos shows levanta uma questão importante: será que as novas gerações irão se afastar desse tipo de experiência por conta dos preços exorbitantes? Em um mundo onde a música pode ser acessada de maneira tão fácil e barata, fica o dilema de como equilibrar a exclusividade e a acessibilidade.

Neste sentido, vale a reflexão: enquanto a indústria da música continua a crescer, iniciativas que promovem festivais mais democráticos e acessíveis são cada vez mais necessárias, especialmente em um período onde a música deveria ser uma fonte de união e não um privilégio para poucos. Afinal, o que realmente conta é a música e a conexão que ela proporciona, independente do preço do ingresso.