Vale Cumpre Promessas e Lucratividade Aumenta; Ação VALE3 em Ascensão
2024-10-25
Autor: Lucas
Após cumprir uma série de promessas que já haviam sido sinalizadas no relatório de produção do terceiro trimestre de 2024 (3T24), a Vale (VALE3) se destaca com a apresentação de um lucro líquido de US$ 2,412 bilhões, mostrando uma queda de 15% em relação ao mesmo período de 2023 e uma redução de 13% na comparação trimestral. No entanto, analistas do mercado consideram este resultado como positivo devido a diversos fatores relevantes.
As ações da Vale tiveram um aumento significativo nesta sexta-feira (25), com uma valorização de 1,57%, atingindo R$ 60,64, às 10h15 (horário de Brasília). Ao longo do dia, os papéis ganharam ainda mais força, com alta de 2,35% no meio do dia, alcançando R$ 61,10. Isso se deve, em parte, à melhoria dos preços do minério de ferro e acordos relacionados à mina de Mariana.
O lucro superou as expectativas do Prévias Broadcast em 41%. A estimativa compilada por instituições como JPMorgan, Citi e BTG Pactual previa um lucro de apenas US$ 1,709 bilhão.
O Ebitda ajustado foi de US$ 3,615 bilhões, embora tenha apresentado uma queda de 18% em relação ao mesmo período do ano passado e de 9% na comparação com o trimestre anterior, ainda assim, ficou levemente acima da média das expectativas de US$ 3,526 bilhões. A receita líquida se manteve em linha com o que o mercado aguardava, totalizando US$ 9,578 bilhões.
Analistas da XP destacaram que o grande foco do resultado foi a melhoria nos custos operacionais, com o custo C1 (incluindo mina, ferrovia e porto) se situando em US$ 20,60 a tonelada, uma queda de 7% em relação à projeção da XP, significando uma redução também em comparação ao ano anterior e ao trimestre anterior. Esses resultados positivos são atribuídos à depreciação do real, menores custos de manutenção e iniciativas de eficiência operacional.
Além disso, a Vale confirmou uma provisão adicional de cerca de US$ 1 bilhão relacionada ao deslizamento da barragem Samarco, prevendo que a assinatura do acordo final deverá acontecer em breve, aliviando a pressão sobre suas ações. O Itaú BBA reportou que o resultado do quarter foi bastante positivo, com um Ebitda ajustado 12% acima das expectativas.
O fluxo de caixa livre melhorou ligeiramente, alcançando US$ 179 milhões, embora a dívida líquida tenha aumentado para US$ 16,5 bilhões devido a provisões relacionadas à Samarco e pagamentos de dividendos no valor de US$ 1,6 bilhão. O setor de metais básicos, no entanto, ainda enfrenta desafios, conforme aponta o JPMorgan, que identificou frustrações no desempenho do níquel devido a preços mais baixos e maiores custos.
Gustavo Pimenta, o novo CEO da empresa, ressaltou suas intenções de transformar a Vale em uma entidade mais ágil e eficiente, colocando segurança e excelência operacional no centro das suas estratégias. A mineradora também revisou suas estimativas de custo "all-in" de cobre para valores entre US$ 2.900 e US$ 3.300 por tonelada, mostrando confiança em reduzir os custos em 2024.
A assinatura do acordo de indenização relacionado à tragédia de Mariana, no qual a Vale se compromete a pagar um total de R$ 170 bilhões, foi vista como um divisor de águas para a empresa. Relatos indicam que os compromissos financeiros com as tragédias de Mariana e Brumadinho devem atingir US$ 3,7 bilhões até 2025. A Vale estima US$ 1,7 bilhão para Brumadinho e US$ 2 bilhões para Mariana em 2025.
Finalmente, a Vale adiou sua teleconferência para as 14h (horário de Brasília), em um momento em que os investidores esperam mais detalhes sobre o futuro do minério de ferro, a demanda do mercado chinês e outras questões operacionais. As análises recentes das principais instituições financeiras, como XP, JPMorgan, Bradesco BBI e Goldman Sachs, mantêm recomendações de compra para as ações da mineradora, demonstrando otimismo quanto ao desempenho da Vale no futuro.