Vale a pena investir em Bitcoin antes das eleições e da decisão de política monetária nos EUA?
2024-11-04
Autor: Lucas
Na semana passada, o Bitcoin (BTC) atingiu um novo recorde de preço em reais e se aproximou de sua máxima histórica em dólares, impulsionado pelo otimismo em relação às eleições nos Estados Unidos e a expectativa de corte de juros no país. No entanto, nesta segunda-feira (4), a criptomoeda teve uma queda, sendo negociada abaixo dos US$ 69 mil.
A pergunta que muitos investidores fazem é: será que é uma boa estratégia investir em Bitcoin antes da eleição americana, marcada para esta terça-feira (5), e da decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que ocorrerá na quinta-feira (7)? Especialistas alertam para a volatilidade esperada no curto e médio prazo, mas apontam um panorama positivo para o longo prazo das criptomoedas, independentemente do resultado das eleições.
A gestora Bernstein sugeriu recentemente que, caso Donald Trump vença, o Bitcoin pode ultrapassar seu recorde anterior de US$ 74 mil, podendo alcançar entre US$ 80 mil a US$ 90 mil em um curto espaço de tempo. Em contrapartida, se Kamala Harris vencer, as projeções indicam que o preço do ativo digital pode cair até US$ 50 mil. Isso se deve ao fato de que Trump é visto como um defensor das criptomoedas, enquanto Harris, do partido democrata, adotou uma postura mais rigorosa em relação ao setor nos últimos anos.
Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, afirmou que após o recente aumento, o Bitcoin enfrentou uma grande pressão de venda, que fez o preço cair para uma mínima de US$ 67.478 no domingo (3). Ela observou que, apesar dessa queda, o preço atual do Bitcoin está em uma faixa de liquidez, onde há demanda de compra. Contudo, ainda não houve um fluxo de compra forte, o que pode indicar uma continuação da queda até os níveis de suporte de curto e médio prazo, em US$ 62.900 e US$ 61.900, respectivamente.
O BTG Pactual, em um relatório recente, mencionou que as eleições nos EUA têm o potencial de fornecer maior clareza regulatória, especialmente para setores como o de finanças descentralizadas (DeFi), criando um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do mercado de criptoativos. Eles também reafirmaram o Bitcoin como o criptoativo mais sólido e reconhecido como uma reserva de valor digital, representando 40,76% de sua carteira de tokens.
Fábio Plein, diretor regional das Américas da exchange Coinbase, compartilhou uma visão semelhante, afirmando que o resultado das eleições poderá reduzir a aversão ao risco e facilitar um cenário regulatório mais claro. Ele acredita que a reunião do Fed irá confirmar um novo corte nas taxas de juros, o que seria benéfico para o mercado de criptomoedas.
Embora o curto prazo permaneça incerto, a Bernstein mantém uma meta otimista para o Bitcoin a longo prazo, sugerindo que o preço pode chegar a US$ 200 mil até o final de 2025, independentemente de qual partido vença as eleições. A confiança nas criptomoedas parece resiliência, evidenciando que, para muitos investidores, as oportunidades continuam a surgir mesmo em meio a um cenário de incertezas.